Jornal Correio Braziliense

Brasil

Mais de 50% dos atendimentos a crianças no SUS devem-se a quedas, diz pesquisa

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Mais da metade dos atendimentos de crianças de até nove anos nas emergências dos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão relacionados a quedas. A conclusão é de uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, como parte do Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes (Viva). As informações foram coletadas em 84 unidades de urgência e emergência em 37 municípios brasileiros, entre setembro e outubro de 2007. O levantamento mostra que, dos 10.988 atendimentos, 5.540 foram provocados por quedas. Segundo a coordenadora do Departamento de Análise de Situação de Saúde, Deborah Malta, que é pediatra, 69% das crianças se acidentam em casa, ;e com eventos bastante comuns: elas caem do mesmo nível, ou seja, tropeçam; correndo elas se acidentam; caem de móveis altos, como camas e sofás. Enfim, são ocorrências normais e que poderiam ser, na maioria das vezes, evitadas.; O motorista João Klimontovix, que mora na Cidade Estrutural, uma área de risco no Distrito Federal, pai de três filhas pequenas, diz que, embora esteja sempre atento, os acidentes acontecem. ;Às vezes, recebo telefonemas de casa contando que as crianças estão muito agitadas, elétricas, e até mesmo que se machucaram. Por isso, fico muito preocupado, com muita atenção, porque a todo momento é preciso observar as crianças. Mesmo assim, elas já bateram com o rosto, cortaram a boca algumas vezes.; Um exemplo de criança agitada é Mirian Batista, de 7 anos, que não pára. Ela mesma conta como se machuca: ;Eu corro, brinco de pique-esconde, subo em cima dos tijolos, do muro. Aí, eu subo e caio, machuco, mas eu não choro...; No Distrito Federal, o Núcleo de Estudos e Programas para Acidente e Violência editou uma cartilha em forma de gibi, mostrando os riscos de acidentes e como prevenir o problema. ;Essa cartilha foi feita para ser distribuída nas escolas, para as crianças evitarem problemas como afogamentos, quedas e choques', disse a chefe do núcleo, Laurez Vilela. Ela ressaltou, porém, que existem cuidados básicos que podem evitar acidentes e citou alguns deles: ;Colocar tampões nas tomadas, ou até mesmo uma fita adesiva, retirar tapetes de áreas de circulação e manter as janelas protegidas com grades ou redes.; Os especialistas afirmam que as crianças precisam de liberdade para brincar, mas destacam que a supervisão de um adulto é essencial para evitar acidentes graves.