postado em 20/01/2009 09:36
Um dia antes do início de seu 13º encontro nacional, que começa hoje no Rio Grande do Sul, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criticou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela primeira vez, desde 2003, o governo Lula não foi convidado para participar do evento.
;O presidente Lula diz por aí que ele é um aliado dos sem-terra. E também que é aliado dos latifundiários e do agronegócio. Então ele não é amigo de ninguém, ele é amigo dele mesmo. Ele não é nosso inimigo, mas também não é nosso amigo. Nós não convidamos o governo Lula para nossa festa porque queremos evitar constrangimentos;, disse João Paulo Rodrigues, da liderança nacional do movimento. Devem participar das celebrações do MST, que comleta 25 anos, os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT); do Paraná, Roberto Requião (PMDB); e do Maranhão, Jackson Lago (PDT); além de parlamentares e outras lideranças partidárias.
Petróleo
A entidade anunciou ontem também, durante entrevista coletiva em São Paulo, que atuará na campanha O petróleo é nosso, para tentar impedir qualquer tentativa de privatização do petróleo brasileiro. Os sem-terra já se articularam com os petroleiros e disseram que estão prontos para ocupar refinarias.
Segundo João Paulo Rodrigues, da liderança nacional do MST, até os militares, desafetos históricos do movimento, poderão participar de uma frente nacional única em defesa do petróleo. ;Na nossa carteira de identidade não está escrito: ;Nós somos camponeses sem-terra e só vamos lutar pela terra;. Dizíamos, desde a fundação (do movimento), que o nosso objetivo é terra, reforma agrária e melhoria da sociedade brasileira. Por isso estamos empenhados na campanha.;
Segundo Rodrigues, a grande quantidade de petróleo descoberta no país está sendo disputada por empresas transnacionais e governos. ;Queremos ter o direito de opinar. Entendemos que o petróleo poderá financiar as políticas públicas: educação, saúde e reforma agrária. No entanto, precisa estar sob controle do estado. Ou vão se apossar do petróleo como já fizeram com a Petrobras;, afirmou o integrante do MST.