Brasil

OAB firma parceria para apurar mortes em favelas do Rio

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postado em 05/02/2009 19:13
A Subprocuradoria-Geral de Direitos Humanos e a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro (OAB-RJ), firmaram parceria nesta quinta-feira (5/02) para investigar as mortes de dez acusados de envolvimento com o tráfico durante a operação da Polícia Civil realizada ontem nas favelas da Coreia, Vila Aliança, Rebu e Taquaral, na zona oeste da capital fluminense. Desde outubro de 2007, 33 pessoas morreram nas favelas da região em operações policiais, entre elas um menino de 4 anos e um policial civil "Queremos saber o resultado concreto de uma operação com 300 homens para cumprir três mandados de prisão, que termina com dez mortos, seis mil crianças sem aula e os três procurados soltos na rua", disse o subprocurador, Leonardo Chaves. A Ouvidoria do Ministério Público (MP) do Rio disponibilizou o telefone 127 para receber as denúncias. O subprocurador disse que falou com o chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, e com o comandante-geral da Polícia Militar (PM), Gilson Pitta, e revelou que foi informado que apenas um dos mortos tinha antecedentes. Porém, para ele, esta informação não é importante. "Não estou preocupado com antecedentes, mas se houve legítima defesa. O que interessa são as circunstâncias destas mortes." Ele disse que o MP terá cautela em afirmar se houve execuções sumárias, mas não descartou a hipótese de pedir uma perícia independente em casos de dúvidas sobre os laudos da Polícia Civil. O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, fez duras críticas ao que classificou como "ação policial descontrolada baseada na lógica do enfrentamento" que produz "mortes a rodo". Ele lembrou que os laudos dos peritos independentes sobre a operação policial no Complexo do Alemão, que deixou 19 mortos em junho de 2007, apontou duas execuções sumárias. "Não defendemos a inércia policial como querem nos imputar, mas uma outra lógica baseada na inteligência e na justiça social. De acordo com a Chefia de Polícia Civil e o comando do 14º Batalhão da PM de Bangu, todos as vítimas de ontem foram mortas em troca de tiros com a polícia

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