Brasil

Coleta para e lixo inunda ruas em cidade de Minas Gerais

;

postado em 06/02/2009 17:05
Santa Luzia, a protetora dos olhos, não gostaria nada de ver um problemão, estimado em 1,2 tonelada, que deixa suja e feia a cidade que a homenageia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Alguns bairros populosos, como São Benedito, Cristina A, Cristina B e Baronesa, ficaram sem coleta de lixo por 72 horas: pilhas de sacos estão amontoadas sobre as calçadas e lotes vagos, exalando mau cheiro e atraindo ratos e baratas. A situação, lamentam homens e mulheres que pagam os impostos em dia, não condiz com um importante título histórico do município, o de integrante do circuito turístico da Estrada Real. A cidade, que recolhe cerca de 640 quilos de lixo a cada dia, ficou sem o serviço do sábado à segunda-feira. A coleta não é feita aos domingos, mas os dois dias que os caminhões ficaram sem percorrer as ruas e avenidas resultaram num acúmulo em torno de 1,2 tonelada. O serviço já está restabelecido, mas ainda há muita sujeira espalhada em vários pontos. A prefeitura empurra o problema para a Engesa, empresa que venceu a licitação para a coleta. Alega que o serviço deveria começar na segunda, mas só foi iniciado naquela noite. O diretor da empresa, Valdemir Teixeira, reconhece apenas parte da culpa, pois diz que a coleta de sábado deveria ser feita pela prefeitura. Ele acredita, porém, que a situação estará normalizada hoje. O serviço, antes da licitação, era feito por 22 caminhões terceirizados pelo município. Porém, os veículos, com carroceria aberta, não eram adaptados para a coleta. Por isso, a prefeitura decidiu licitar o serviço para uma empresa especializada. ;Houve um descompasso de tempo entre a prefeitura parar o serviço e nós iniciarmos o nosso. Estávamos programados para entrar na segunda-feira, mas os caminhões da prefeitura, por falta de comunicação, pararam na sexta. Encontramos o lixo acumulado de dois dias. Até regularizarmos a situação, tivemos que fazer um mutirão para pôr em ordem a cidade. Estamos com 12 caminhões rodando: cinco compactadores nosso e o restante (do serviço terceirizado) que já fazia o serviço. Até amanhã (esta sexta-feira), o problema estará solucionado.; Moradores torcem para que a promessa seja cumprida, pois o mau cheiro está forte em alguns quarteirões. ;Moro aqui há 25 anos e nunca vi nada igual. É uma pouca vergonha para uma cidade do porte de Santa Luzia. Um verdadeiro absurdo;, reclama o açougueiro Miguel Amaro dos Santos, de 60 anos, que diz estar incomodado com o mau cheiro das ruas do Cristina B, onde mora. A comerciante Márcia Rainer, de 44, do Bairro Cristina A, também não dispensa críticas: ;O mau cheiro está grande. É uma situação triste;. Ela observa que as lixeiras nas calçadas estão abarrotadas e que, para evitar ratos e baratas, há pessoas jogando o lixo no leito de um córrego que acompanha o traçado da Avenida Joaquim Rodrigues da Rocha. Perto dali, na Rua Iran, uma das principais do Bairro Baronesa, uma cena chama a atenção. Um morador pendurou sacos de lixo no próprio portão. Na calçada, há vários outros. Poucos minutos depois de a cena ser registrada pela reportagem, um dos novos caminhões que fazem a coleta percorreu a Iran para aliviar o mau cheiro. Numa esquina, dezenas de sacos mostram o tamanho da angústia da população. Crime ambiental Também na Grande BH, as prefeituras de Ibirité e Sarzedo são suspeitas de despejar lixo na Serra do Rola Moça, cartão-postal da região metropolitana. Policiais do Meio Ambiente flagraram caminhões despejando lixos no local, que tem o título de Área de Proteção Ambiental (APA). Os militares coletaram amostras de água de córregos que passam na serra para constatar, em laboratório, se os leitos foram contaminados, pois até lixo hospitalar foi encontrado no local.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação