Brasil

Genéricos ainda perdem espaço para medicamentos de marca, mostra pesquisa

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postado em 10/02/2009 08:34
Mesmo com custo reduzido e os mesmos benefícios, os medicamentos genéricos ainda perdem espaço no mercado farmacêutico para os remédios de referência ou de marca. É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais. O estudo indica que, mesmo após dez anos da Lei 9.787 ; que estabelece a comercialização do genérico ; a população brasileira ainda tem dúvidas a respeito da qualidade do medicamento. A pesquisa ouviu 1.217 pessoas com o objetivo de descobrir qual o maior entrave em torno desses remédios. Em Belo Horizonte, por exemplo, os resultados mostram que os medicamentos de referência ; ou de marca ; são os preferidos de 58,7% dos entrevistados, enquanto apenas 20,4% preferem os genéricos. O sindicato ouviu ainda farmacêuticos, atendentes de farmácia e médicos. Segundo os dados, 95,4% dos balconistas ouvidos confiam nos genéricos, mas somente 48,9% têm o hábito de oferecer o medicamento aos clientes com freqüência. Ainda de acordo com a pesquisa, o próprio consumidor não tem o hábito de perguntar sobre a disponibilidade do genérico ; apenas 37,2% solicitam. Outra constatação do estudo é em relação aos receituários médicos ; na maioria consta apenas o nome do medicamento de marca e não do princípio ativo, que daria ao consumidor a opção do genérico. Segundo a pesquisa, uma pequena parcela dos profissionais médicos entrevistados afirma receitar o princípio ativo com freqüência. Para Rilke Novato, diretor do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais e vice-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, falta ;determinação; por parte do cliente na procura por medicamentos mais baratos. ;Ele ainda está refém do mercado. Ainda não tem o costume, não criou o hábito ou o conhecimento suficiente para cobrar no consultório médico que o medicamento prescrito seja no nome genérico. Ou então, para fazer o mesmo na farmácia e cobrar se, de fato, existe genérico. Essa posição do consumidor é definidora dessa situação.; Segundo Novato, a constatação de que a maioria arraasadora das receitas médicas ainda vem com o nome do medicamento de marca surpreendeu. O percentual chegou a 77%. Ele lembrou que a receita praticamente determina o medicamento a ser adquirido, uma vez que as pessoas tendem a comprar apenas o remédio prescrito. ;Isso leva à seguinte preocupação: a de que os prescritores da categoria médica ainda demonstram resistência ou dificuldade para aderir à política de genéricos. A grande resposta ou solução vem de uma propaganda oficial, aquilo que foi feito no início do anos da promulgação da Lei 9.787/99, deve ser retomado de forma mais incisiva, mais enfática. É fundamental que o Ministério da Saúde e o governo federal retomem uma propaganda maciça para a divulgação dos genéricos porque isso implica benefício para a população;.

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