Brasil

Queda de avião no Amazonas ocorreu próximo a pista de pouso desativada

;

postado em 13/02/2009 19:11
O local onde caiu o avião modelo Embraer ; Bandeirante, em Manacapuru (AM), no último dia 7, fica a apenas um quilômetro de distância da cabeceira de uma pista de pouso desativada. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (13), em Manaus, pelo chefe do 7º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), tenente-coronel Vladimir Passos. Segundo o dirigente do Seripa, a pista tinha condições de receber o pouso do Bandeirante e pode ser que a proximidade com o local tenha levado o piloto para lá, depois de ter informado não conseguiria pousar em Manaus e perder o contato com os controladores de vôo. "O piloto era muito experiente. Tinha 23 anos de trabalho e, possivelmente, sabia da existência daquela pista. Vamos investigar se a proximidade com a pista foi uma infeliz coincidência ou se ele foi forçado a chegar naquele local por outro motivo. É um dado relevante, mas não dá para afirmar nada sobre isso agora", declarou Passos. As causas do acidente estão sendo investigadas pela Aeronáutica. Segundo a direção do Seripa, os motivos que resultaram na queda do avião podem estar relacionados a fatores diversos, entre eles, aspectos humanos, técnicos ou meteorológicos. Para realizar as investigações, o Seripa coletou destroços do avião, líquidos que estavam dentro da aeronave e entrevistou sobreviventes e familiares das vítimas. Também irão compor o material de investigações os laudos cadavéricos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Manaus, informações meteorológicas e dados sobre as condições técnicas relacionadas à aeronave e tripulação. A caixa preta da aeronave não foi danificada e poderá ser analisada em Manaus, Belém ou em algum laboratório no exterior. Ainda assim, a transcrição da conversa entre piloto e torre de controle já está sendo feita pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo em Manaus (Cindacta IV), segundo Passos. "Ainda não sabemos onde será analisado, mas se for preciso sair de Manaus, o Seripa vai levar o CVR [sigla em inglês, que significa gravação do áudio registrado pela caixa preta] aonde for preciso", informou. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a capacidade do avião Bandeirante é de 19 pessoas e dois tripulantes. Antes de decolar, o piloto teria informado aos controladores de vôo que 20 passageiros estavam à bordo. Contudo, conforme a direção do Seripa, no avião haviam 26 passageiros e dois tripulantes. Depoimentos dos sobreviventes apontam que as crianças que estavam à bordo viajavam no colo de alguns adultos. Essas informações também são relevantes para as investigações. "O piloto informou à torre de comando que só haviam 20 passageiros. Estamos considerando essas informações porque isso pode comprometer o equilíbrio da aeronave. Não sabemos por que motivo ele passou um número errado de passageiros. Não descartamos a hipótese de ele não saber quantos estavam a bordo. Mas também se ele não sabia, queremos saber a causa disso", concluiu Passos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação