Brasil

Carnaval: tradição de bonecos de Olinda data de 1939

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postado em 18/02/2009 15:14
Foi em 1939 que surgiu, entre os foliões do carnaval de Olinda, o Homem da Meia-Noite, um boneco de mais de 3 metros de altura. Ele foi o pioneiro em uma tradição que começou como uma grande brincadeira e se tornou símbolo do carnaval de Pernambuco. O Homem da Meia-Noite surgiu pelas mãos dos artistas plásticos Anacleto e Bernadino da Silva. ;Em 1969, acharam que o Homem da Meia-Noite estava muito sozinho e criaram uma companheira para ele;, lembrou o artista plástico Silvio Botelho. Assim, nasceu a Mulher do Dia. Os dois nunca se encontravam por causa dos horários que saem para desfilar. ;Eles se ;viram; pela primeira vez em uma oficina de conserto e ;fizeram; o Menino da Tarde;, acrescentou Botelho. Mesmo com os avanços tecnológicos, os bonecos gigantes de Olinda continuam ;nascendo; de forma artesanal, disse Botelho. ;Hoje, fazer um boneco dá o mesmo trabalho que antigamente. A diferença é que hoje um boneco, que antes pesava 30 quilos, sai do atelier com 10 (quilos);, comentou o artista plástico, criador do terceiro boneco gigante de Olinda, o Menino da Tarde. Para o artista plástico Jovenildo Bezerra da Silva, o Camarão, a tecnologia ajuda no processo de criação. ;Procuro as fotos de pessoas na internet para criar os bonecos;. Este ano, ele usou um programa de buscas na rede para achar fotos do presidente americano Barack Obama. ;Vi várias fotos dele para compor o rosto.; Segundo Botelho, o tempo para confeccionar um boneco varia de 15 dias a um mês. ;Faço o molde na argila. Depois, moldo com fibra, resina e uso massa plástica;. Empresas e eventos Os artistas de Olinda não vivem apenas de carnaval. Eles trabalham o ano inteiro criando as obras para empresas e eventos. ;Já viajei para os Estados Unidos, México, Cuba, Argentina e França levando os bonecos;, contou Botelho. O preço das obras varia de R$ 3 mil a R$ 30 mil. Botelho se define como um guardião desses personagens da folia pernambucana, porque cuida da manutenção dos bonecos mais tradicionais de Olinda em seu atelier. ;Todo ano, pinto e faço alguns ajustes neles;. O artista plástico aprendeu sozinho as técnicas, mas faz questão de transmitir para os outros a arte de confeccionar bonecos. Camarão é um dos aprendizes de Botelho: ;Comecei trabalhando com o ele e há 17 anos faço meus próprios bonecos;. Para Botelho, criar os bonecos gigantes é uma missão importante para manter a folia de Momo em Olinda. ;Não há carnaval sem boneco.;

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