Brasil

Álcool em excesso, som muito alto e até beijar na boca podem trazer problemas





postado em 21/02/2009 08:09
Na rua, em blocos, na pipoca, clubes, camarotes, arquibancadas, festas ou em roteiros alternativos, todo mundo arruma um jeito de curtir o carnaval. A festa já começou e grande parte dos foliões quer mesmo é beijar na boca o maior número possível de pessoas, consumir bebidas alcoólicas até não poder mais, pular horas seguidas, ouvir som alto, ficar o dia inteiro na praia ou na piscina e aproveitar o feirado de todas as formas. O que menos importa é a rotina. Porém, especialistas ouvidos pelo Correio alertam para os perigos dos hábitos pouco saudáveis durante esta época do ano. O maior perigo é o sexo desprotegido. Usar camisinha sempre evita doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a Aids, que ainda não tem cura. ;A prevenção das DSTs, incluindo a infecção pelo HIV, deve ser efetiva durante todo ano. Sendo o carnaval a maior festa popular do Brasil, trata-se de uma oportunidade para difusão de informações sobre o uso do preservativo, por isso a importância das campanhas nesta época;, observa Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST e Aids. Em 2009, o Ministério da Saúde vai distribuir 700 milhões de preservativos ; 10 milhões somente no carnaval. Outras 70 milhões de camisinhas serão entregues pelos governos estaduais e municipais. Além das DSTs, o folião deve ficar em alerta com as doenças que podem ser transmitidas pelo beijo na boca. Monocucleose (mais conhecida como doença do beijo), citomegalovírus (tem sintomas parecidos com a doença do beijo), herpes simples, tuberculose, rubéola, caxumba, sarampo, catapora e meningite. ;Todas elas têm a saliva como vetor;, explica a infectologista Eliana Bicudo, da Clínica de Doenças Infecciosas e Parasitárias. ;É bom evitar beijar muitas pessoas;, afirma a médica, que diz atender um número maior de pacientes em seu consultório com doenças relacionadas à saliva depois do carnaval. Recorde de beijos Namorados há 10 meses, Luisa Ferreira, 21 anos, e Marcos Paulo de Almeida, 20, viajaram ontem à tarde para Caldas Novas (GO), distante cerca de 300 km de Brasília, na companhia dos amigos Tarcísio Gonçalves, 21, Paulo Fonseca, 23, Bruno Alves, 20, Gustavo Fonseca, 21, e Raiana Dantas, 21. O grupo já conhece a cidade goiana, mas é a primeira vez que optou por passar o carnaval lá. ;Pretendo bater minha meta de beijar 25 mulheres numa mesma noite;, promete Bruno. Ele diz nunca ter pego nenhuma DST e doença relacionada à saliva. Tarcísio pretende rivalizar com o amigo na disputa por mais beijos. ;Não tenho meta. O negócio é não ter limite para beijar;, desconversa. O grupo pretende retornar à cidade na próxima quarta-feira com várias histórias e conquistas. Outro risco é o barulho ensurdecedor dos trios elétricos e dos shows, que podem causar lesões auditivas. O ouvido humano suporta até 85 decibéis, mas as caixas de som superpotentes dos trios, dos clubes e das escolas de samba chegam a ultrapassar os 120 decibéis. » Áudio: ouça trecho da entrevista com a infectologista Eliana Bicudo

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