Brasil

Festa pode sair cara para quem quer conforto

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postado em 23/02/2009 16:21
O carnaval é conhecido em todo o país como uma festa popular. Mas será mesmo tão popular assim? Se a referência tomada forem os preços dos camarotes, da entrada em bailes e dos conhecidos abadás, vendidos para quem vai seguir o trio elétrico, a festa adquire características que não estão ao alcance de todos. Quem quer brincar o carnaval em Salvador (BA) com conforto, mais segurança e em local privilegiado, ao lado do trio elétrico, pode preparar o bolso. Um abadá que garante o pacote de três dias para o bloco Camaleão, comandado pela banda Chiclete com Banana, sai por cerca de R$ 2 mil. Para pular ao som de Ivete Sangalo o folião paga R$ 650 pelo abadá de um dia do Bloco Coruja. Preços salgados, se comparados com atual salário mínimo de R$ 465. A eles somam-se ainda as despesas com passagens aéreas ou terrestres, hospedagem, alimentação e as bebidas que embalam os foliões durante os dias de animação. Vale lembrar que esses preços sobem em temporada carnavalesca. E, mesmo em tempos de crise financeira internacional e aumento do desemprego, não faltam compradores. No início de fevereiro, o abadá para os dois blocos que a banda Asa de Águia comanda esgotaram. Quem não quer ou não pode desembolsar esse dinheiro, no entanto, não precisa dispensar a festa, pois não falta espaço fora do cordão de isolamento, na chamada pipoca. Entretanto, sem as mesmas mordomias de quem está com o abadá. Os preços para assistir aos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro (RJ), da arquibancada, são um pouco mais acessíveis do que os do carnaval da Bahia. O preço de um camarote para 24 pessoas, entretanto, pode chegar a R$ 77 mil. E mesmo para a arquibancada os preços no domingo (22), dia em que desfilam escolas como a Beija-Flor e a Mocidade, variam de R$ 110 a R$ 550. Para dois setores de arquibancada são vendidos ingressos a preços populares (R$ 10, no domingo). Esses setores, o 6 e 13, no entanto, não estão bem localizados na Marquês de Sapucaí. Os preços do carnaval carioca citados são os divulgados no site da Liga Independente da Escolas de Samba (Liesa). A meia-entrada para estudantes e idosos só é possível no setor 13. Há ainda a opção de festejar em um clube ou mesmo em um hotel. Uma entrada para o tradicional baile no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, não sai por menos de R$ 1 mil, chegando a R$ 3 mil por pessoa no caso do camarote. E até o carnaval da criançada pode custar caro. No Iate Clube de Brasília a entrada da matinê varia entre R$ 10 e R$ 20, a depender da idade da criança. Mais fantasia, lanches e muita bebida para garantir a hidratação dos pequenos e a brincadeira pode chegar perto dos R$ 100. Claro que não faltam opções para quem gosta de samba, não está ruim da cabeça, nem doente do pé, mas está ruim de bolso, parodiando a letra da música Samba de Minha Terra, de Dorival Caymmi. Há os carnavais de rua onde a diversão é gratuita. É difícil uma cidade onde não haja uma concentração de sambistas. Nesses casos os gastos ficam por conta do deslocamento de carro ou ônibus, das bebidas e da sola de sapato depois de horas de folia.

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