Brasil

Equipe médica excomungada diz que não está arrependida

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postado em 06/03/2009 10:24
A equipe médica que foi excomungada da Igreja Católica nesta quinta-feira após a realização de um aborto em uma menina de 9 anos estuprada pelo padrasto disse que não está arrependida. ;Graças a Deus estou no rol dos excomungados;, disse a diretora do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), Fátima Maia. Católica, ela disse ter agido como diretora de um instituto de referência no Estado para atendimento à mulher vítima de violência sexual, mas pessoalmente também não tem nenhum arrependimento. ;Abomino a violência e teria feito tudo novamente. O Cisam fez e vai continuar fazendo, estamos qualificados para esse tipo de atendimento há 16 anos.; Católico de batismo, não praticante, o gerente médico do Cisam, Sérgio Cabral, um dos que participaram da interrupção da gravidez de 15 semanas da criança, frisou não ter nenhum problema de consciência. ;Estou cumprindo um trabalho perante a população pobre de Pernambuco que só tem o Sistema Único de Saúde para resolver seus problemas.; O médico preferiu não comentar a excomunhão da Igreja anunciada pelo arcebispo de Olinda e Recife, d.José Cardoso Sobrinho. Coordenadora do Grupo Curumim, uma ONG que trabalha com reprodução feminina e integra o Fórum de Mulheres de Pernambuco, Paula Viana criticou abertamente o arcebispo. "Assusta achar que a vida de uma menina vale menos que o pensamento de um religioso fundamentalista;, disse. ;Todos os procedimentos foram feitos com base na lei;, lembrou, referindo-se ao estupro e ao risco de vida que a menina corria pela imaturidade de seu aparelho reprodutivo. De acordo com a diretora do Cisam, a criança poderia ter ruptura de útero, hemorragia e bebês prematuros, além de risco de diabete, hipertensão, eclâmpsia e de se tornar estéril. A mãe da menina também foi excomungada.

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