Brasil

Bombeiros param de procurar morador de Brasília que desapareceu em uma trilha na Ilha Grande (RJ)

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postado em 07/03/2009 08:00
A operação de buscas pelo engenheiro Luiz Guilherme Mascarenhas Freire, 54 anos, que se perdeu no último dia 12 enquanto fazia uma trilha perto da Praia do Caxadaço, na Ilha Grande, Rio de Janeiro, foi finalizada sem sucesso. O Corpo de Bombeiros fez a última inspeção no local por onde o morador de Brasília teria passado e não encontrou nenhum sinal dele. Com isso, decretou o fim do resgate, na última terça-feira. ;Fizemos tudo que era possível. Trabalhamos com cães, aeronaves e homens dentro da mata. Mas, infelizmente, não há mais o que vasculhar;, lamenta o sargento Élcio Neves, do Corpo de Bombeiros da Ilha Grande. Os bombeiros têm algumas hipóteses para o sumiço do engenheiro, como ataque de animais ou queda de uma árvore. A mais provável, entretanto, é que uma tromba d;água tenha atingido a vítima. ;Há uma cachoeira no local, então ele pode ter sido levado. Mas, de fato, não sabemos o que ocorreu;, diz o sargento Neves. A esposa de Freire, Dilene Galvão, tenta ser otimista ao aventar a possibilidade de reencontrar o marido vivo, no entanto, ela sabe que as chances são muito pequenas. ;Para Deus nada é impossível. Só sei que minha vida, a partir de agora, será em contagem regressiva para encontrar com ele, neste ou em outro plano, porque ele é a pessoa mais maravilhosa da minha vida;, diz Dilene. Morador de Brasília há 27 anos, Luiz saiu de Vila do Abraão, principal porto da Ilha Grande, para ir à praia de Dois Rios. Ele estava acompanhado de um dos filhos de seu primeiro casamento, João Gabriel, e de duas tias do garoto. Depois de concluírem o percurso, o engenheiro sugeriu estender o passeio até a Praia do Caxadaço, mas o grupo estava cansado e não quis ir. Luiz decidiu, então, percorrer a trilha sozinho. O combinado era de se encontrarem em Abraão, onde estavam hospedados. Com o sumiço do engenheiro, as buscas começaram por volta das 23h30 do mesmo dia. Helicópteros Logo na primeira semana do desaparecimento, dois helicópteros, do Corpo de Bombeiros e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sobrevoaram a Ilha Grande. Botes e embarcações de passeio foram avisados sobre o desaparecimento. Os bombeiros contaram ainda com a ajuda de cães farejadores ao entrarem na mata. ;Foi a minha turma que fez a última inspeção e não conseguimos encontrar nada, nenhuma pista que nos indicasse o que aconteceu;, destaca o sargento Neves. Fortes chuvas que caíram na região nos dias seguintes ao desaparecimento dificultaram o trabalho dos bombeiros. Árvores foram derrubadas por rajadas de vento, impedindo o acesso da equipe de resgate a determinadas áreas da floresta onde possivelmente o engenheiro teria passado. A água também prejudicou as buscas, por ter deixado o terreno muito escorregadio. A esposa, Dilene, conta que não conseguiu dormir direito desde que Freire desapareceu. Ela tem usado remédios para tentar se acalmar. Segundo ela, a maior angústia da família é a incerteza. ;Quando uma pessoa morre, você vai ao velório, se despede, chora. Se está com saudade, pode levar flores no cemitério. Mas quando desaparece é muito sofrido, não sei o que pensar;, diz a historiadora de 51 anos. Dilene conta que é muito espiritualizada e se apega às orações para poder encontrar um pouco de paz.

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