postado em 09/03/2009 16:46
Cerca de 600 mulheres da Via Campesina, organização internacional representada no Brasil pelo Movimento dos Sem Terra (MST), invadiram nesta segunda-feira (9/03) uma área da usina da Barra, do Grupo Cosan, no município de Barra Bonita, na região central do Estado a 240 km de São Paulo. O grupo rompeu a cerca e entrou numa área ocupada por um canavial, a cerca de 300 metros da usina. As sem-terra usaram enxadas, foices e facões para derrubar a cana e limpar a área para a montagem dos barracos.
As instalações da usina, que processa 30 mil toneladas de cana por dia, estão sendo preparadas para a safra que se inicia em abril. A ação fez parte de uma jornada nacional contra o agronegócio para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem. De acordo com Soraia Soriano, da Via Campesina o Grupo Cosan explora uma área duas vezes maior que o total de hectares destinados para a reforma agrária no Estado de São Paulo.
"São 605 mil hectares do grupo, contra apenas 300 mil destinados para as 15 mil famílias em assentamentos estaduais e federais", disse. Segundo ela, as terras do grupo "não cumprem seu papel social". "Como todo setor sucroalcooleiro, este grupo pode ser enquadrado por crime ambiental e precarização das relações do trabalho", afirmou.
De acordo com o Grupo Cosan, a usina da Barra emprega 4.500 trabalhadores, número que sobe para 8 mil no período da safra. A empresa informou ter tomado todas as medidas para pedir a reintegração de posse da área invadida e aguarda uma decisão da Justiça