Brasil

Comandante de barco que naufragou em 2008 no AM vai a júri popular

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postado em 12/03/2009 18:19
O comandante do barco Comandante Sales, que naufragou superlotado em 4 de maio de 2008 no Rio Solimões matando 48 dos mais de 100 passageiros, vai a júri popular em 15 de abril, em Manacapuru (60 quilômetros de Manaus), onde ocorreu o acidente. Luis Sales da Silva, de 43 anos, será o primeiro condutor de barco responsabilizado por um acidente a ser julgado dessa forma no País. Sete moradores da cidade foram sorteados para compor o júri. O mesmo não aconteceu com casos rumorosos em outros Estados, como o naufrágio do Bateau Mouche, no Rio de Janeiro, há 20 anos O barco tinha mais de 100 passageiros, 55 pessoas morreram e até hoje as ações indenizatórias se arrastam pelos tribunais. Este tipo de julgamento não é incomum para acidentes de carro em que o motorista é acusado de homicídio. "Pode-se argumentar que não há fiscalização nos portos, que seria papel do governo do Estado. E que é insuficiente a fiscalização nos rios, feita pela Capitania dos Portos. Mas o fato é que o condutor do barco estava trabalhando alcoolizado e em um barco com diversas irregularidades", defende o juiz Luis Cláudio Chaves. O comandante da embarcação teve sua prisão preventiva decretada dez dias após o acidente, mas hoje responde ao processo em liberdade por ser réu primário. A embarcação tinha capacidade para 80 pessoas. Entre os mortos, estava Francisco Sales da Silva, irmão de Luis e dono do barco. Francisco era oficialmente o condutor da embarcação e Luis não tinha licença para navegar. Em depoimento após o acidente, Luis afirmou que teria bebido "duas latinhas de cerveja" enquanto comandava o barco. Segundo a Capitania dos Portos da Amazônia, o barco estava irregular: sem licença para navegação e menos de 30 coletes salva-vidas. O barco já havia sido apreendido anteriormente por não ter licença, mas foi liberado com pagamento de multa.

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