postado em 17/03/2009 09:34
Os crimes de motivação econômica roubos, furtos e estelionato, entre outros estão em queda na cidade de São Paulo. Essa foi a conclusão da pesquisa Evolução da Vitimização em São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (16/3) pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).
Comparando dados levantados em entrevistas domiciliares realizadas em 2003 e 2008, o estudo concluiu que os crimes com maior redução foram os de roubo de veículos, furtos de objetos pessoais e estelionato, que caíram mais de 10%.
De acordo com o cientista político da Universidade de São Paulo (USP), Leandro Piquet, a queda no número de crimes é uma tendência específica de São Paulo. Segundo ele, isso ocorreu por causa da redução do número de homicídios, que tem reflexo sobre outros delitos.
"Vejo São Paulo em uma posição muito mais confortável do que os outros estados. É o único estado com uma redução significativa no número de homicídios. E o homicídio tem um reflexo significativo no sistema criminal e de segurança pública", disse Piquet. Ele atribui os resultados principalmente ação policial ostensiva.
Para o coordenador da pesquisa, Naercio Menezes, no entanto, fatores sociais são tão importantes na redução dos crimes quanto o policiamento.
"As duas coisas contam, há um período de crescimento econômico e menor desigualdade de renda. Por outro lado, há um aumento de contingente policial, um aumento de prisões e um aumento de encarcerações", afirmou.
Menezes ressaltou que muitas vezes as vítimas de roubos e furtos deixam de registrar ocorrência policial. "Muitas vezes o valor do bem que foi roubado é pequeno. Então as pessoas acham que não vale a pena fazer o registro", disse ele, lembrando que registrar as ocorrênciasé muito importante para ter estatísticas oficiais críveis.
Os dados da pesquisa apontam que apenas 18,5% das vítimas de roubos a residência e 19% dos que tiveram um objeto pessoal furtado procuraram a polícia. A exceção ocorre nos casos de furtos e roubos de veículos, em que, respectivamente, 83% e 90% dos entrevistados vítimas desse tipo de crime disseram ter procurado a autoridade policial.