postado em 19/03/2009 09:05
Uma audiência pública sobre a liberação comercial de arroz transgênico promovida nesta quarta-feira (18/3) pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) reacendeu o embate entre ambientalistas e integrantes do colegiado.
Durante a reunião, houve troca de aplausos, revolta, risos e a constatação que as organizações não-governamentais (ONGs) retornaram à cena.;A análise do arroz foi escolhida como o momento do retorno do debate. Acabou o momento do não, não, não. Mas é preciso que o sim seja fruto de consenso, de uma discussão feita de forma serena;, afirmou o representante do Greenpeace, Rafael Cruz.
Cruz admite que os grupos se desmobilizaram a partir de junho do ano passado, quando o Conselho de Ministros não aceitou o recurso contra a liberação comercial de uma variedade de milho transgênico. O tema de ontem, no entanto, ajudou.
Não há consenso sobre a liberação do arroz geneticamente modificado entre os expositores. O representante da Embrapa, Flávio Brasghello, disse não haver benefícios na adoção desse tipo de tecnologia. Até entre agricultores há resistência - parte deles teme que possível contaminação do arroz convencional com espécies transgênicas impeça as exportações.
Alguns participantes questionaram a imparcialidade dos integrantes da CTNBio. Para o presidente da comissão, Walter Colli, a discussão não passava de ;patrulhamento ideológico;. ;Quando há conflito de interesse, o pesquisador deixa de votar durante a reunião. É assim que se faz, assim que sempre se fez;.
No fim do debate, Colli, avisou que o tema somente deverá ser votado no segundo semestre. ;Até lá, há um longo caminho a percorrer. Vamos analisar tudo o que foi dito durante a audiência, aguardar pareceres de consultores externos;, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
fonte: Agência Estado