Brasil

Mães afirmam que vítimas de pedofilia são humilhadas na escola

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postado em 20/03/2009 08:51
Duas mães que depuseram nesta quinta-feira (19/3) na audiência pública que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia realiza em Catanduva (SP) afirmaram que seus filhos, vítimas de abuso sexual, estão sendo humilhados na escola em que estudam. Elas disseram aos senadores que, devido a isso, as crianças não querem mais frequentar as aulas e ainda sofrem de distúrbios comportamentais graves. As duas mães, que depuseram vestindo capuz para não serem identificadas, abriram hoje as sessões de depoimento do segundo dia da audiência da CPI. Bastante emocionadas, elas pediram providências aos senadores, pois disseram que as autoridades locais não estão dando a devida atenção as vítimas de abusos sexuais. "Tem professor que, durante a aula, pergunta quem foi abusado e pede para que a criança se levante", disse a primeira mãe a depor. "Nossos filhos não brincam mais, não dormem mais". "Meu filho tem medo de ir a escola. Meu filho não dorme mais", complementou a segunda mãe. As duas testemunhas disseram ainda que estão sendo ameaçadas devido às denuncias feitas por elas. A primeira a depor afirmou aos senadores que, na madrugada de ontem, uma pessoa invadiu seu quintal. O senador Romeu Tuma, membro da CPI, considerou graves as afirmações das mães. Ele pediu providências da Secretaria Municipal de Educação e pediu também para que a polícia de Catanduva fosse oficiada pela terceira vez para que garanta a segurança das mães. Horas mais tarde, durante a audiência, o prefeito de Catanduva, Afonso Machione Neto, anunciou a criação de uma força-tarefa de assistência às famílias. Senadores pediram a ele que a Guarda Municipal intensifique as rondas no Jardim Alpino, local onde teriam ocorridos os abusos. Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que qualquer informação sobre o caso de pedofilia em Catanduva deve ser obtida no Ministério Público, já que a investigação segue em segredo de Justiça. Por isso, o órgão não se pronunciou sobre a segurança das famílias, nem sobre os erros cometidos pela delegada Rosana da Silva Vani no inquérito que apurou as denuncias de pedofilia na cidade.

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