postado em 20/03/2009 10:50
A doméstica Ivonete Rodrigues Mendes, de 30 anos, suspeita que a companheira de um ex-namorado tenha deixado o bolo com veneno na porta da casa dela, na região do Grajaú, zona sul de São Paulo. Três filhos da doméstica comeram o doce e foram parar no hospital Geral do Grajaú - uma delas, de 4 anos, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ivonete está grávida de cinco meses do ex-companheiro.
Segundo a investigação, feita pelo 25º DP (Parelheiros), a mulher é apontada como única suspeita pelo crime. Mas ela não foi encontrada pela polícia. Ivonete contou que a atual companheira dele a estava ameaçando. Um pedaço do bolo encaminhado para perícia, que deve concluir que tipo de substância foi colocada no doce em 30 dias. A suspeita é que se trate de veneno de rato.
Na madrugada de quarta (18/3), horas antes das suas filhas encontrarem o bolo, a doméstica acordou com a voz de alguém, que a chamava pelo nome. Foi até a porta, mas não viu ninguém. As crianças acharam o bolo dentro em um prato de plástico por volta das 6h, junto com um par de brincos e um cartão de um suposto admirador secreto, que dizia: ;Um par de brincos para te deixar mais bonita. E um pedaço de bolo para adoçar o resto do seu dia.; Ivonete estava no banho.
"Mãe! Deixaram um presente na frente de casa! Acho que é para a senhora", disse a filha de 8 anos de Ivonete.
Além das crianças que foram internadas e dessa menina, Ivonete tem outras duas filhas, de 11 e 12 anos, e está grávida de 5 meses.
Pouco depois, a menina de 11 anos correu para pedir socorro para a mãe porque os irmãos pequenos estavam passando mal. Com a ajuda de uma vizinha, Ivonete levou as crianças para o hospital.
"As crianças se contorciam de dor e a Ivonete estava em desespero. Foi uma coisa horrível", disse a vizinha Antonia dos Santos, de 34 anos.
Suspeita ;levou um fora; há 3 dias
O ex-namorado de Ivonete, Amauri Araújo de Lima, de 21 anos, havia rompido o relacionamento com a atual companheira há três dias. O motivo do fim do namoro era o ciúme que ela sentia da doméstica, que está grávida do rapaz.
"Ela não queria aceitar que eu fosse vê-la. Mas eu não podia aceitar isso, porque a Ivonete está grávida de um filho meu. Aí decidi terminar o namoro", contou. Ele disse que visitava Ivonete diariamente para saber como estava a gravidez.
"Ia na casa dela para tomar café. Eu costumava brincar com ela por causa da barriga, que estava crescendo. A gente tem uma relação de amizade", contou.
Amauri desconfia que a ex-namorada possa ter colocado o bolo envenenado na porta de Ivonete, motivada pelo sentimento de perda, com o fim do relacionamento. Mas não descarta a possibilidade de que outra pessoa possa ter cometido o crime.
Ele se sente culpado pelo que aconteceu com os filhos da ex-namorada, com quem ele manteve um relacionamento de um ano e quatro meses.
"Se eu estivesse ao lado dela, nada disso teria acontecido", afirmou Amauri, que disse ter visitado as crianças no hospital.
"Quero dar apoio. É a única coisa que posso fazer".
As informações são do Diário de S. Paulo