postado em 23/03/2009 08:33
Na primeira carta escrita depois de condenado nos EUA, o brasileiro Alaor do Carmo Oliveira Jr. diz que a juíza responsável pela sentença, Carla Singer, do condado de Orange, na Califórnia, admite que o caso é controverso.
Oliveira e o também brasileiro Reynaldo Eid foram condenados à prisão perpétua em 6 de março por serem ;coiotes; (realizaram tráfico de pessoas na fronteira entre México e EUA) e terem mantido uma brasileira ilegal e seu filho de sete anos em cárcere privado. Os advogados da dupla vão apelar à Suprema Corte.
Em carta do dia 9, recebida ontem pela sua mulher, a cabeleireira Mary Aparecida de Souza Oliveira, que mora em Borborema (SP), Alaor transcreve o que seria uma fala da juíza: ;Este era um caso para acordo mas se tornou um grande problema jurídico. (...) Sei que a vida deles é correta aqui e a única falha era estar ilegal, o que não é de minha responsabilidade;.
Pouco depois, Carla Singer questiona, segundo Mary, a decisão do júri popular.
;O júri não entendeu nada pois ao mesmo que os absolve, condena. Não sei o que fazer mas tenho que cumprir a lei porque este é meu dever com o povo americano;.
Oliveira e Eid são acusados de prender Ana Paula Morgado Ribeiro e seu filho Yago em hotel de Costa Mesa, na Califórnia. Em troca da libertação, teriam exigido US$ 14 mil.
Segundo a denúncia, o marido de Ana Paula, que morava nos EUA, pediu ajuda a um amigo que chamou a polícia. Parentes dos condenados dizem que houve armação. Eid teria sido contratado para transportar Ana Paula até Nova York e Oliveira foi chamado para ajudá-lo. Teriam sido surpreedidos no hotel enquanto dormiam.
Texto de Ricardo Galhardo