postado em 23/03/2009 17:49
Os três funcionários da Companhia Paranaense de Energia (Copel) mantidos reféns desde a última quinta-feira devem ser liberados nesta terça-feira (24/03). A promessa é dos índios da tribo caigangue da Reserva Barão de Antonina em São Jerônimo da Serra, norte do Paraná.
Sem a liberação dos reféns, o Ministério Público Federal de Londrina ameaça cancelar a reunião, que inclusive foi antecipada para esta terça conforme negociação com os líderes da comunidade indígena. No encontro, deve ser firmado acordo para indenização das terras indígenas, por onde vão passar 14 torres de transmissão de energia da Copel.
A administradora da Funai em Londrina, Evelise Viveiros Machado, informa que os índios devem liberar os reféns antes da reunião, marcada para o início da tarde entre a Copel, o MPF, a Funai e a comunidade indígena.
"Para a reunião ter validade, os índios precisam soltar os reféns antes. Caso contrário, o que for decidido no encontro pode ser anulado", afirma.
De acordo com a Funai, os reféns passam bem e inclusive teriam autorização para percorrer a aldeia. Conforme informou a assessoria de imprensa da Copel, os funcionários estariam inclusive fazendo a manutenção das torres. As esposas dos reféns, no entanto, estão apreensivas porque nos contatos feitos pelo celular nos primeiros dias, o relato era de que os índios estavam fazendo muitas ameaças. A atitude dos índios foi tomada depois que uma reunião com a empresa foi cancelada e os índios, sem terem sido avisados, compareceram no dia marcado. Em retaliação e para apressar a decisão, fizeram reféns dois eletricistas na última quinta-feira e, no dia seguinte, um antropólogo da empresa.
Cerca de 600 índios da reserva reivindicam indenização de R$ 1,1 milhão pela passagem das linhas de transmissão, que corta a aldeia em dez quilômetros. No ano passado, os índios ameaçaram atear fogo em uma das torres de transmissão para tentar resolver a situação.