Brasil

Estudantes da PUC Campinas são condenados a 7 anos de prisão por estupro

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postado em 25/03/2009 13:05
Alan Kalus Meszards e Luciano Pereira de Oliveira, ex-alunos da PUC Campinas, foram condenados a sete anos e seis meses de prisão pelo estupro de uma colega do curso de arquitetura, ocorrido em dezembro de 2004. Porém, eles não começarão a cumprir pena de imediato. A Justiça concedeu à dupla o benefício de permanecer em liberdade até que sejam julgados todos os recursos apresentados pelos advogados de defesa. Se confirmada, a pena terá de ser cumprida inicialmente em regime fechado. O terceiro acusado foi absolvido por falta de provas. O advogado da vítima, Ralph Tórtima Stettinger Filho, afirmou que a condenação foi justa e que ele não vai recorrer do benefício que garante aos réus permanecerem em liberdade até o julgamento dos recursos. Segundo Stettinger Filho, o crime prescreve em 12 anos, contados a partir do registro da sentença, e ele não crê que a lentidão da Justiça possa contribuir para que a pena não seja cumprida. "É dificil ter uma vitima com a coragem que ela teve, de denunciar e se expor. Ela passou por todos os exames necessários para materializar o crime. É dificil fazer a prova neste tipo de caso. É uma decisão não muito comum devido à classe social dos envolvidos", disse o advogado. Filha de um industrial, a jovem, que tinha 24 anos quando ocorreu o estupro, contou à Justiça ter passado mal depois de ter ingerido uma bebida durante uma festa de alunos da faculdade. Três rapazes ofereceram carona para levá-la para casa. Ela teria ficado inconsciente e só acordou no dia seguinte, seminua, com dores de cabeça e no corpo, no banheiro da república onde moravam os acusados. Num computador da república, a polícia encontrou fotos tiradas no banheiro da casa, feitas na noite em que a garota foi estuprada. Nas imagens, dois universitários são vistos segurando a jovem nua, que parece desmaiada, enquanto outro aluno está com a calça abaixada. Exames médicos constataram o estupro e vários hematomas e lesões no corpo da universitária. Numa entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", um dos rapazes que estavam na república chegou a dizer que a jovem estava consciente. O advogado Ralph Tortima Stettinger Filho, que representava a estudante, lembrou na época que as provas colhidas contrariavam a versão do rapaz. No dia seguinte ao estupro, a universitária ligou para os acusados para descobrir o que havia acontecido. O telefonema foi gravado, mostrando que ela não estava bem e não tinha condição de chegar em sua própria casa. O advogado da jovem disse que ela recebeu com alívio a condenação dos dois agressores. "Foi para ela um alívio, tirou um peso. Mas ela continua em acompanhamento psicológico. Normalmente procuro falar com a mãe dela. Quando falo diretamente com ela, entra em choro compulsivo imediatamente. O processo foi desgastante", diz ele. Durante todo o processo, os rapazes argumentaram à Justiça que a relação sexual foi mantida com o consentimento da vítima, tentando desacreditar a versão apresentada pela acusação. O advogado diz que o papel da Delegacia da Mulher foi fundamental no caso, ao fazer uma diligência na república e localizar as fotos. "Sem as fotos, ficaria muito dificil provar. Seria a palavra dela contra a deles, que estavam em maioria. Todos negavam ter mantido relacão sexual com ela, depois voltaram atrás e disseram que a relação havia sido consentida. A foto e alguns testemunhos mostraram que não era verdade. Um dos rapazes que estavam na república chegou a alertar os acusados que eles poderiam se dar ma"l.

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