Brasil

Funarte estima que Brasil tenha 500 grupos circenses

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postado em 27/03/2009 17:07
Estimativa da Fundação Nacional de Artes (Funarte), órgão ligado ao Ministério da Cultura, aponta que existam no Brasil 500 circos de pequeno, médio e grande porte. Para determinar esse número com precisão, a Funarte realiza um censo que deve terminar ainda este ano. O coordenador da área de circo da fundação, Marcos Teixeira, diz que o Brasil passa por uma ótima fase. Eu acho que é um bom momento para o circo no Brasil, se você for notar, tudo tem circo no meio, os anúncios de televisão, os espetáculos teatrais de dança, tudo tem circo, envolve técnicas circences e tudo mais. A coordenação de circo lança editais para fomento, compra de lonas, criação de novos números e pesquisa, além de oferecer capacitação na área de gestão e manter a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro. Há muitos artistas de circo no Brasil. Mas a vida e o trabalho deles nem sempre são um espetáculo. Criado em ambiente circense, Thiago Medeiros, 27 anos, trabalha como palhaço desde os 13. Atualmente no Circo Europeu, ele diz que muitas vezes falta espaço até para armar a lona. A maior dificuldade da vida de circo é que muita gente não dá apoio. Chegar num canto que o pessoal as vezes não gosta de circo. Ancomárcio Saúde, do Circo Teatro Artetude, diz que também falta apoio. Ainda sofremos com falta de apoio, de reconhecimento de alguns órgãos, ou mesmo de alguns patrocinadores. Palhaça há cinco anos, Erika Mesquita, da companhia Circo Rebote diz que o apoio do governo melhorou, mas ainda é muito pouco. Eles fazem essa distinção entre o tamanho da companhia, qual é o tipo de companhia, se é itinerante, mas mesmo assim, até para esses circos que são enormes, é uma parcela muito pequena que eles destinam pro circo. Se você for comparar com as companhias de dança e de teatro, a porcentagem que é destinada ao circo é sempre muito baixa. Mas eu acredito que a gente vai conseguir galgar valores maiores daqui pra frente. O Circo Rebote é formado por Erika e seu companheiro Atawalpa Coello. A filha do casal, Iacy, de 7 anos, já participa dos espetáculos e pretende seguir a carreira dos pais. Eu faço perna de pau, tecido e lira. Eu quero ser uma palhacinha quando crescer. O palhaço Thiago Medeiros, do Circo Europeu, diz que gosta da vida no circo. Para quem é acostumado é bom. Para mim, que nasci no circo, ou para muitas crianças que nasceram no circo, é bom. O Circo Europeu já está na sexta geração de artistas da família. O relações públicas Carlos Santos Sobrinho, também nascido no circo, lembra que as dificuldades e burocracias são muitas. Ver terreno, arrumar o local, ver na prefeitura, vem os direitos autorais, o Ecad, sindicato dos artistas, corpo de bombeiros, tem que ter uma firma, vem o meio ambiente, Defesa Civil... São as burocracias que existem, e isso aí que está fazendo com que o circo acabe. Ele diz que o único benefício que o artista circense tem é o direito de os filhos frequentarem as aulas nas escolas públicas onde o circo passa. É a única coisa que funciona para nós, do circo. Fora isso nós não temos um sindicato, não temos com quem reclamar, não tem praça para armar mais circo, você tem que partir para um particular, shopping, mas é caríssimo. Também isso prejudica e o circo vai se acabando cada vez mais. Luciano Porto, do Circo Teatro Udi Grudi, diz que o circo e o palhaço são necessários para a saúde da sociedade. Eu acho que cada vez se precisa mais de palhaços hoje em dia, para contrabalancear todo o baixo astral desse mundo inteiro. O palhaço cuida da saúde da sociedade, porque rir é o melhor remédio. Então o palhaço é uma profissão que tem que ser respeitada e hoje, mais do que nunca, é mais do que necessário existirem palhaços.

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