Brasil

Pesquisador pernambucano produz açúcar refinado mais saudável

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postado em 28/03/2009 19:56
Vilão das dietas e considerado menos saudável do que os outros tipos, o açúcar refinado está prestes a ter sua imagem modificada, devido à dedicação de um pesquisador pernambucano. Há oito anos investigando uma forma de clarear o açúcar sem a utilização de enxofre - altamente nocivo à saúde - o engenheiro mecânico e eletrotécnico Raimundo Silton desenvolveu um processo com a utilização de ozônio. "Trabalhei muitos anos em usinas e passei a me dedicar à pesquisa. O ozônio faz o açúcar mais alvo do que o enxofre, sem deixar resíduos. Começamos na Usina Monte Alegre, na Paraíba, e atualmente outras usinas já fazem o processo. Também estamos lançando junto com a Monte Alegre o açúcar adicionado de vitamina A", comemora. O processo de clareamento com ozônio tem relação com o potencial de oxidação do gás, quase três vezes maior que o do cloro e duas vezes mais alto que o do enxofre. O resultado é um açúcar mais claro e sem resíduos, poisem contato com a água, o ozônio (O3) volta a ser oxigênio (O2) e água. "Ao contrário do enxofre, que em contato com a água forma diversos ácidos, que acabam sendo absorvidos pelo organismo com ingestão do açúcar", explica Raimundo Silton. O custo é o mesmo do processo comumente utilizado, mas os benefícios para a saúde são muito maiores. O produto tem um potencial de comercialização grande também, pois na Europa, onde a utilização do enxofre é totalmente proibida, são utilizados outros produtos químicos para o clareamento. "Temos que acabar com o enxofre no açúcar e este é um grande passo", enfatiza. Primeira usina a apostar na ideia de Silton, a Monte Alegre, da Paraíba, comercializa há cinco anos o açúcar Alegre. Agora, também acreditando em outra pesquisa do pernambucano, a empresa começou a vender o produto adicionado de vitamina A. "É uma forma de dar uma configuração diferenciada a um produto que chega com facilidade à mesa da população", explica Silton. "Começamos a vender na semana passada nos supermercados de João Pessoa. A idéia é estender a venda para todo o Nordeste", diz a gerente industrial Marlene Oliveira. Atualmente a usina produz um milhão de sacos de açúcar sem enxofre e espera comercializar 30% com a adição de vitamina A. Neste caso, o preço fica 50% mais caro.

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