postado em 29/03/2009 22:09
Recife - Um grupo de nove jovens - com idade entre 21 e 35 anos - viveu momentos de terror, na madrugada deste domingo (29/03), na Ilha de Itamaracá, município localizado no litoral Norte de Pernambuco. Depois de serem surpreendidas por três rapazes armados, quando ouviam música na casa de veraneio onde passavam o final de semana, as vítimas foram agredidas, humilhadas e ameaçadas por mais de duas horas.
Uma das cinco mulheres do grupo, grávida de dois meses, foi levada às pressas para um hospital após os assaltantes irem embora, mas acabou perdendo o bebê. Dois dos agressores, ambos de 16 anos, foram presos horas depois do crime.
De acordo com o relato das vítimas à Polícia Civil, os assaltantes pareciam estar sob efeitos de drogas e agiram com muita violência. "Eles chegaram de repente quando estávamos na frente da casa, ouvindo música. Nem sei direito como conseguiram entrar, mas como percebemos já estavam com as armas nas nossas cabeças.
Um deles, que parecia ser o líder, dizia o tempo todo que ia matar todo mundo. As meninas entraram em desespero. Cada vez que tentávamos defender uma das meninas eles partiam com mais força para cima de nós", afirmou um dos jovens agredidos durante o depoimento na delegacia da cidade.
Revoltados, parentes da estudante de Direito que perdeu o bebê acusam a falta de segurança da ilha como um dos principais facilitadores para a ocorrência de crimes no local. Nos arredores da ilha estão instaladas duas unidades prisionais estaduais. O governo estadual tem desenvolvido projetos para a retirada de um presídio e uma penitenciária agrícola do local, que já foi um dos principais balneários de Pernambuco.
Moradores da ilha reclamam de constantes assaltos e arruaças na região, especialmente nos finais de semana. "Não há segurança na ilha. Estou cansado de ver assaltos a qualquer hora do dia. Na semana passada, presenciei um arrastão na praia no meio da tarde A maior parte das casas de veraneio já foi arrombada. Itamaracá está entregue aos bandidos", lamentou, por telefone, o comerciante Paulo Lima, proprietário de um pequeno supermercado no centro da ilha.
A estudante - que não quer ter a identidade revelada - realizou exames na tarde de hoje no Instituto de Medicina Legal (IML). O aborto foi confirmado. A mulher recebeu chutes e foi atingida com uma coronhada de revólver na testa, causando um corte profundo na cabeça.
Segundo policiais da delegacia da ilha, os assaltantes foram presos há menos de dois quilômetros do local onde praticaram o crime, por policiais militares, com pertences das vítimas, entre eles celulares, câmeras digitais, anéis e dinheiro. A dupla foi encaminhada à Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA). O terceiro assaltante continuava foragido.