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Brasil detém recorde de inscrições do prêmio internacional Empreendedor Social

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postado em 05/04/2009 18:03
Os projetos sociais do Brasil vêm se destacando a cada ano, disse o representante do Prêmio Empreendedor Social no Brasil, Cássio Aoqui. Promovido anualmente pela fundação suíça Schwab em mais de 20 países, o prêmio está com inscrições abertas até o dia 7 de junho. Aoqui destacou que a cada ano aumenta o número de inscrições de projetos brasileiros: no primeiro concurso, em 2005, foram 125 e no ano passado, 345. Segundo ele, isso representa um recorde mundial e corresponde soma dos projetos apresentados pela China e pelos Estados Unidos. Para concorrer ao Prêmio Empreendedor Social, os projetos precisam estar consolidados, isto é, ter mais de três anos de existência e atender aos critérios de inovação, sustentabilidade e impacto social direto. "Procuram-se propostas pioneiras, novas ou aplicadas de forma inovadora e que façam grande diferença no meio social, explicou Aoqui. Em termos de sustentabilidade, é preciso haver garantia de continuidade da organização no longo prazo. O projeto deve definir de forma clara qual é sua influência no público que pretende atingir. Além desses critérios principais, existem os de alcance, abrangência e efeito multiplicador, que fazem com que o projeto esteja pronto para ser replicado por todos os países nos quais a Fundação Schwab tem representatividade. Já o Prêmio Empreendedor Social de Futuro, criado este ano pela Fundação Schwab, é destinado a um público novo, muito importante para o país, e tem como alvo projetos de um até três anos de existência. Não queremos idéias, simplesmente. Queremos projetos com ações concretas, mas, no Empreendedor de Futuro, o critério principal vai ser a inovação. Segundo Aoqui, os vencedores não recebem prêmios em dinheiro. Eles têm o perfil publicado em um caderno especial da Fundação Schwab e podem participar da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ou do Fórum Econômico da América Latina, entre outros eventos. Além disso, os empreendedores sociais participam da rede social da fundação, que já selecionou 153 líderes de 139 organizações em 44 países. Os premiados podem ainda ganhar bolsas de estudo em universidades de renome mundial e consultoria internacional gratuita. Eles recebem a base para que possam expandir cada vez mais seus projetos, disse Aoqui. Os nomes dos vencedores do prêmio no Brasil serão conhecidos no fim deste ano, em São Paulo Na primeira edição do prêmio no Brasil, o vencedor foi o projeto Saúde e Alegria, do médico paulista Eugenio Scannavino Netto, que atua desde 1987 em Santarém, no Pará. O projeto , que usa um barco para levar população ribeirinha meios de obter melhores condições de vida, saúde e educação, acabou se expandindo para outros países, com parcerias internacionais. Em 2006, Flávio Bibancos, da organização não-governamental Dentistas do Bem, de São Paulo, recebeu o prêmio com um projeto que já foi replicado no exterior. A iniciativa reúne vários odontologistas que oferecem tratamento dentário população e trabalham também a questão da auto-estima, sobretudo de crianças e jovens carentes. No ano seguinte, Tião Rocha, mentor do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, de Belo Horizonte, ficou com o prêmio O Tião criou uma série de metodologias que, antes mesmo de vencer o prêmio, já eram conhecidas e haviam sido copiadas em Moçambique e Angola, por exemplo. No ano passado, pela primeira vez, o vencedor não foi um representante do terceiro setor, mas uma empresa social. Empresas com fins lucrativos também podem concorrer, desde que tenham foco de atuação na área social. O vencedor foi André Albuquerque, de Curitiba, criador da Terra Nova. A companhia faz regularização fundiária sustentável. Ele criou uma metodologia para facilitar o processo de regularização das terras em ocupações ilegais e, a partir daí, fazer o desenvolvimento urbanístico da região, sobretudo nas áreas carentes e periferias das grandes cidades. Albuquerque deverá participar, em 2010, do Fórum Econômico Mundial e das demais reuniões promovidas Fundação Schwab em todo o mundo. A fundação foi criada em 1998 por Klaus Schwab, idealizador do Fórum Econômico Mundial, e sua mulher Hilde, com o objetivo de promover o empreendedorismo social como estímulo inovação.

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