postado em 13/04/2009 20:31
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, disse nesta segunda-feira (13) que é possível prevenir os casos de infecção hospitalar com um trabalho conjunto entre as vigilâncias sanitárias estadual e municipal e as comissões de combate a infecção dos hospitais.
Um levantamento feito pelo Ministério Público do estado de São Paulo e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), divulgado hoje, apontou que 118 hospitais paulistas apresentam falhas no controle de infecção hospitalar.
;Esse levantamento feito pelo Conselho Regional deve ser levado às vigilâncias sanitárias para que possam atuar junto a esses 118 hospitais que apresentaram problemas para vermos o que pode ser feito;, disse o secretário.
Segundo o secretário, mais um problema a ser combatido é o do despreparo dos profissionais de saúde. De acordo com Barradas, 80% dos casos de infecção hospitalar a causa é de má conduta do profissional. ;É aquela enfermeira que, atendendo a um paciente, não lava as mãos e vai atender de imediato a outro paciente;, afirmou.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a infecção hospitalar ;é um problema no mundo inteiro; e que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou critérios a serem seguidos pelos hospitais, entre eles, a da obrigatoriedade da existência de uma comissão de infecção hospitalar.
;O que deve ser feito é o dever de casa. Todos os hospitais devem ter comissões de infecções hospitalares estruturadas e organizadas e que realizem permanente e cotidianamente o protocolo para que se possa prevenir;, disse.
Temporão e o secretário de Saúde participaram na tarde de hoje (13) da solenidade de inauguração do Centro de Ensino, Treinamento e Simulação do Hospital do Coração (HCor) e do Curso Técnico em Enfermagem, uma parceria entre o HCor e o Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior.
O Centro de Ensino vai simular, por meio de manequins e robôs, situações emergenciais no hospital para treinamento de profissionais de saúde. ;A tecnologia tem oferecido esses bonecos e robôs que estão sendo incorporados não apenas pelo Hospital do Coração, mas por várias outras instituições. Isso representa uma oportunidade de treinamento dos alunos e dos profissionais e um aprimoramento que vai melhorar o atendimento aos pacientes;, disse Adib Jatene, diretor do HCor.
Já o curso de enfermagem tem o objetivo de qualificar e habilitar pessoal de nível médio e técnico para o exercício de enfermagem nos serviços públicos (Sistema Único de Saúde-SUS) e privados. Uma das disciplinas do curso, por exemplo, visa estudar a enfermagem na saúde da população negra.
;A grande importância é trazer esse tema para dentro de um espaço de ponta, como é a saúde, e criar uma perspectiva de profissionalização desses profissionais negros que já estão na base, principalmente da saúde pública, mas que têm dificuldade de qualificação que permita ascenderem profissionalmente;, disse José Vicente, reitor do Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior.