Brasil

Dor e protesto em enterro de universitária morta na Grande BH

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postado em 16/04/2009 09:32
As nuvens cinzentas que encobriram na quarta-feira (15/4) o céu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas, pareciam acompanhar o clima de comoção que marcou o enterro do corpo da universitária Júnia Aparecida da Silva, de 20 anos, assassinada brutalmente na vizinha Ibirité, onde morava com a família. Durante o sepultamento, parentes e amigos clamaram por justiça, mas a equipe do delegado Leonardo Estevão, responsável pelo caso, ainda não tem pistas de quem pode ter cometido o crime bárbaro. O corpo de Júnia foi encontrado na manhã de terça-feira (14/4) num terreno baldio a poucos quarteirões de casa. Metade dele estava desfigurado e, segundo o perito da Polícia Civil que atendeu a ocorrência, há indícios de que a vítima tenha sido violentada. Nesta quinta-feira (16/4), alunos, professores e funcionários do Instituto Superior Anísio Teixeira, da Fundação Helena Antipoff, onde Júnia cursava o terceiro período de ciências biológicas, farão um ato em homenagem à moça e em protesto contra a violência na cidade. Muitos dos que estarão presentes à manifestação foram expressar uma palavra de consolo à mãe da universitária, Maria Aparecida da Cruz Silva, de 39, que passou boa parte dos dois últimos dias sob efeito de medicamentos. ;O melhor presente que Deus me deu foram minhas filhas. A Júnia disse no fim de semana que iria nos apresentar seu namorado. Não teve tempo;, lamentou a mãe, que recebeu de colegas da filha um quadro com a foto da estudante. ;Ela era um exemplo para todos;, acrescentou, sem esconder os olhos cheios de lágrimas e lembrando que Júnia trabalhava duro como caixa de uma rede varejista para pagar os estudos. Ao lado dela, a filha caçula, Jéssica, também ficou emocionada ao se lembrar da irmã: ;Ainda não acredito no que aconteceu;. A vizinha Juraci das Dores Santos, de 50, resumiu numa frase o sentimento dos moradores de Ibirité: ;A cidade inteira está chorando a morte dela;. Pouco depois de Júnia ser enterrada, ela desabafou: ;Como há um Deus verdadeiro no céu, tenho certeza de que esse assassino pagará por seu ato. Júnia era uma moça de bem;. A quantidade de pessoas que foram levar o último adeus à universitária e as várias coroas de flores depositadas em seu túmulo reforçam o tanto que ela era querida. Um dos arranjos, de flores vermelhas, brancas e amarelas, expressava a saudade: ;Eu sei que tudo o que Deus faz durará eternamente, assim como a sua lembrança em nossos corações;.

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