Brasil

Moradores indignados contra envenenamento de cães em BH

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postado em 16/04/2009 09:34
Moradores da Rua Correias, no Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, mostram sua indignação contra o envenenamento de cães, com faixas e cartazes de protesto. No domingo de Páscoa, pelo menos quatro cachorros comeram almôndegas e salsichas, com chumbinho, um poderoso raticida. Os alimentos estavam nos jardins da calçada e no portão das casas, ao alcance dos animais de estimação. Um deles, o Amarelinho, um vira-lata que vivia nas redondezas, acabou morrendo no local. Sua foto agora estampa os cartazes pregados nos postes, pedindo cuidado e alertando para o risco corrido pelas crianças. Segundo a comunidade, a tentativa de envenenamento ocorreu pela primeira vez há duas semanas, mas no domingo o ato teve consequências trágicas. A suspeita é de que um morador, insatisfeito com as fezes dos caninos espalhadas na rua, tenha preparado a armadilha para exterminar os animais. Os moradores fizeram o boletim de ocorrência na Polícia Civil registrando o ocorrido. Maia, a cadela Schnauzer de Thiago Soares, de 29, morador da Rua Correias, foi uma das vítimas de envenenamento. Sintomas como vômito, diarreia e sangue nas fezes começaram a aparecer no domingo, após um passeio pela calçada. O animal foi levado para uma clínica veterinária, onde foi diagnosticado o envenenamento por chumbinho. ;A Maia passou três dias internada na clínica. Teve que fazer lavagem gástrica;, diz. O cachorro, da raça fox paulistinha, do médico Pedro Vaz, de 42, também apareceu com sintomas de envenenamento. Rosina Mazzillo, de 43 anos, reside no prédio em frente do local onde morreu o vira-lata e, por pouco, não passou por situação semelhante dentro de casa. ;Na garagem do prédio, tirei da boca do cachorro da minha irmã uma almôndega com chumbinho;, conta. No domingo, os moradores recolheram mais de 20 almôndegas de veneno ao longo de toda a via, que vai até a Vila Acaba Mundo, onde são encontrados muitos cães abandonados. Amiga dos animais e moradora da vila, Terezinha Geralda Leal, de 58 anos, tem seis cachorros. Todos estavam largados na rua e foram acolhidos pela faxineira. Dona Terezinha tinha o desejo de adotar Amarelinho, que já rondava a área havia cerca de um ano. ;Ficou todo mundo revoltado. O pior é que as crianças ficam brincando por ali;, comenta. Cuidado No Hospital Veterinário da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), cerca de três animais de pequeno porte chegam, por semana, com suspeita de envenenamento. De acordo com o professor de veterinária Alysson Lamounier, clínico do hospital, o chumbinho é a substância mais comum usada em casos de envenenamento proposital. ;Ele tem ação anticoagulante, fazendo o animal sangrar até a morte. Também age no sistema neurológico, provocando convulsões. A salivação excessiva é outro sintoma do veneno;, alerta. Para não passar por situação semelhante à dos moradores da Rua Correias, Lamounier recomenda que, ao passear com os animais de estimação, os donos os mantenham na coleira e nunca os soltem da guia. ;Assim fica mais fácil controlar o animal e evitar que ele coma qualquer tipo de alimento.; Segundo o professor, o adestramento também é uma forma de se precaver, pois o animal aprende a não comer e lamber objetos e comidas encontradas na rua.

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