Brasil

MST ocupa mais três fazendas em São Paulo

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postado em 17/04/2009 15:53
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam hoje mais três fazendas no interior de São Paulo. Agora, já são cinco as áreas ocupadas no Estado como parte do Abril Vermelho, a jornada nacional de lutas do movimento pela reforma agrária. A maior ação ocorreu no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste paulista. Cerca de 800 sem-terra ocuparam uma propriedade de 20 mil hectares da usina Central do Paraná, no município de Iepê. As terras são usadas para a produção de cana destinada à usina, cujas instalações ficam no município paranaense de Porecatu. Os sem-terra montaram um grande acampamento na área. De acordo com o coordenador regional Valmir Rodrigues Chaves, as terras não cumprem sua função social. "A usina não está nem pagando os trabalhadores", afirmou. O MST do Paraná ocupou também as terras do lado paranaense. A fazenda Guassahy, de 300 hectares, no município de Taubaté, Vale do Paraíba, foi invadida por 250 famílias. O MST alega que a área está em situação de abandono e de total improdutividade. De acordo com a Polícia Militar (PM), a terra tem vários donos. Até a tarde de hoje, um proprietário e um arrendatário tinham procurado a corporação para providenciar a reintegração de posse na Justiça. Durante a madrugada, 150 famílias invadiram a fazenda Ibiti, com 9 mil hectares, em Itararé, no sudoeste paulista. De acordo com o MST, as terras são exploradas irregularmente por empresas privadas desde que um decreto de desapropriação da propriedade para a reforma agrária foi revogado pelo governo federal, em 1991. Hoje, a Justiça concedeu liminar para a reintegração de posse da fazenda São José, em Marabá Paulista, no Pontal, ocupada desde o dia 15 por 200 integrantes do MST. O coordenador regional informou que a área será desocupada até domingo. Reação Numa reação às ocupações, a União Democrática Ruralista (UDR), entidade que representa os fazendeiros, anunciou a criação de comissões fundiárias em Limeira e Araçatuba. Outra comissão deve ser criada em Avaré. De acordo com o presidente Luiz Antonio Nabhan Garcia, as representações mobilizarão os fazendeiros para agir juridicamente contra as ocupações. "Vamos cobrar de todas as autoridades e instituições providências nas esferas civil e criminal."

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