Brasil

MST ocupa fazenda próxima a Planaltina

Trabalhadores rurais sem terra ocupam parte da Fazenda Lagoa Bonita Congado, no Distrito Federal, como parte da Jornada Nacional de Lutas do MST

postado em 18/04/2009 18:04
A entrada da Fazenda Lagoa Bonita Congado, em Planaltina amanheceu este sábado (18/4) com uma bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Cerca de 350 famílias do movimento ocuparam a área durante a madrugada, como parte da mobilização da Jornada Nacional de Lutas conhecida como ;Abril Vermelho;. Além do MST, manifestantes do Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural estão na fazenda. No acampamento ainda improvisado, o grupo de homens, mulheres e crianças vindos da região do Entorno do Distrito Federal reivindica o assentamento de famílias no Centro-Oeste, infra-estrutura para as comunidades já instaladas e a manutenção da superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que o governo estuda fechar. ;Este ano não tivemos conquistas aqui na região, só enrolação por parte dos órgãos públicos. Além das pautas, estamos também reivindicando essa área aqui, de cerca de 1,2 mil hectares. É área da União, mas foi grilada. O suposto dono só consegue comprovar posse de 6 dos 1,2 mil hectares;, afirmou Janderson Barros, integrante do MST e um dos líderes da ocupação. Segundo Barros, a ocupação da fazenda não tem prazo para terminar. Até as 16h, nem o proprietário nem representantes dos órgãos governamentais haviam aparecido no local para negociar com os movimentos. De acordo com os sem-terra que estão no acampamento, não havia funcionários da fazenda no momento da ocupação. Questionado sobre a possibilidade de conflito com o proprietário da área, Barros afirmou que o grupo está sempre atento. ;Temos que ficar prevenidos. Não se pode duvidar de nada. No massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores foram assassinados, não havia previsão de massacre. Ficamos atentos o tempo todo;. Esta semana, o MST realizou manifestações e ocupações em pelo menos oito estados para lembrar os 19 trabalhadores mortos pela polícia em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996.

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