Brasil

Monitorar desmatamento dos biomas pode resultar em mais crédito de carbono para o país

;

postado em 18/04/2009 12:31
A medida anunciada quinta-feira (16) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de utilizar satélites para monitorar o desmatamento em outros biomas além do amazônico, pode resultar em aumento ;de bilhões de dólares; para o Brasil por meio de crédito de carbono. A opinião é do coordenador de Ciências do Programa de Savanas Centrais do The Nature Conservancy (TNC), Leandro Baumgarten, especialista em biomas como Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa, no Brasil, além dos Chacos argentino, boliviano e paraguaio. ;A partir das informações coletadas teremos melhores condições de coordenar as ações de combate ao desmatamento. Além disso, o mesmo mecanismo de crédito de carbono contabilizado a partir da Amazônia passará para outros biomas, trazendo mais recursos para o país por meio da Redd [Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação];, explica Baumgarten. Segundo o pesquisador, esse índice leva em consideração a atividade humana, calculando o carbono despejado por carros e indústrias, e o desmatamento na Amazônia. "Agora, com outros biomas passando a fazer parte do cálculo, esses valores devem chegar à ordem dos bilhões de dólares;, prevê Baumgarten. Ele explica que, apenas com o Fundo Amazônico, o Brasil receberá US$ 1 bilhão no prazo de cinco anos, contados a partir do ano passado. ;Fora o Pantanal, que ainda tem uma boa cobertura, todos os biomas estão bem mais desmatados do que o Amazônico. O Cerrado e a Caatinga têm apenas 60% da cobertura original, enquanto o Pampa tem 50% e a Mata Atlântica menos de 10%;, disse. Apesar de tecer elogios ao uso de satélites em outros biomas, a iniciativa do governo foi considerada ;tardia; por Baumgarten. ;A última avaliação feita pelo governo sobre as coberturas vegetais de todos os biomas brasileiros foi em 2002. Depois disso, nenhum outro levantamento foi feito e, infelizmente, não existem informações sobre o nível de desmatamento do Pantanal e da Caatinga;, argumenta. ;Mas nossas esperanças ficam renovadas com os satélites apontando para os outros biomas e com a possibilidade de que novos estudos sejam implementados;, completa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação