postado em 29/04/2009 09:48
Três policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e um policial militar de São Paulo são acusados de montar um esquema para achacar comerciantes do ramo de suplementos alimentares em Santos, no litoral paulista, e em cidades no interior. Para não ser descoberto, o grupo teria adotado uma estratégia inusitada: terceirizou o recolhimento da propina. Os quatro policiais e dois informantes, presos em flagrante na noite de segunda-feira (27/4) após receberem dinheiro de uma vítima, foram indiciados por extorsão de dinheiro e formação de quadrilha.
O delegado Paulo Fleury, que até o mês passado comandava a 2ª Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do Denarc, também é investigado. No carro usado pelos informantes Anderson Marques e Antonio Carlos Couto, foi encontrada uma pasta com o distintivo da Polícia Civil contendo duas ordens de serviço supostamente assinadas pelo delegado, além de endereços de lojas de suplementos alimentares em Santos e Campinas.
O promotor Cássio Roberto Conserino, do núcleo de Santos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) questiona o que os informantes faziam com documentos internos da polícia. Conserino deve ingressar hoje (29/4) na Justiça com pedido de prisão dos carcereiros Edilson Aparecido Queiroz, Glauco Robson Alves Barbosa, do agente Uanderson Pereira da Silva e do PM Fábio José Ascenso, além dos dois informantes já detidos.
O promotor pretende aprofundar as investigações antes de tomar qualquer providência em relação ao delegado. No ano passado, Fleury foi condenado a seis anos e oito meses de prisão por desviar produtos falsificados da Delegacia de Repressão à Pirataria do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).