Brasil

Correio apresenta série de reportagem sobre a morte da floresta do mar

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postado em 03/05/2009 08:49
O mar manda mensagens. Algumas explícitas, outras cifradas. Mas todas trazem o mesmo alerta: a degradação e o descaso com os oceanos estão no limite. Em busca desses sinais marinhos, o Correio traçou um roteiro jornalístico inédito e, de hoje até o próximo domingo, apresenta o quadro da devastação do litoral nordestino. O diagnóstico da destruição foi montado a partir de entrevistas e mergulhos com pescadores ; acostumados a ver os primeiros indícios dos estragos causados pelo homem ;, pesquisadores dedicados ao estudo dos efeitos das alterações ambientais, moradores da zona costeira e turistas.

De Brasília à costa potiguar, descendo até o sul da Bahia, a reportagem percorreu, em 20 dias, 7.180km e recolheu provas de crimes contra o oceano e a degradação dos recifes, considerados a maior reserva de biodiversidade marinha e comparados a matas tropicais. ;Assim como as árvores são as bases de uma floresta, os corais são a base dos ecossistemas recifais e funcionam como termômetros da destruição causada pelo homem;, explica Mauro Maida, professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco.

Tais termômetros estão próximos à costa, ainda na plataforma continental, a menos de 30m de profundidade e mostram como a falta de áreas protegidas afeta a biodiversidade marinha. No Brasil, apenas 0,05% da área total da zona econômica exclusiva no oceano é oficialmente resguardada pela legislação, o que faz do mar um ambiente refém de todo tipo de ataque ambiental.

No Atlântico Sul, os recifes são encontrados apenas no Nordeste brasileiro, o trecho selecionado pela reportagem. Até o próximo domingo, serão mostradas causas e consequências da destruição, como o turismo descontrolado ; o primeiro tema a ser abordado pela série ;, que prejudica os recifes de corais de Maracajaú (RN), Tamandaré (PE), Fernando de Noronha (PE), Maragogi (AL), Porto de Pedras (AL) e Arraial d;Ajuda (BA).

Pescadores
Amanhã serão revelados os riscos assumidos por pescadores que avançam mar adentro atrás de peixes cada vez mais escassos na costa. Na sequência, o lucrativo tráfico internacional de corais e como os ataques de tubarões em Pernambuco estão relacionados à degradação. O Correio também irá mostrar os efeitos da poluição marinha provocada por agrotóxicos da cana-de-açúcar, o lamento de pescadores e as consequências das mudanças climáticas no oceano. Por último, serão apresentadas soluções encontradas por quem resiste a aceitar o descaso e tenta reduzir os efeitos dos crimes cometidos pelo homem contra o mar.

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