Brasil

Chuvas já fazem 30 vítimas no país

Quatro mortes são confirmadas em Salvador e Russas, no Ceará, estado que registra o maior número de óbitos ; nove. São Luís decreta estado de emergência e Justiça do Piauí determina ponto facultativo

postado em 07/05/2009 10:32
A chuva não dá trégua para as regiões Norte e Nordeste. Meteorologistas preveem que o mau tempo deve continuar nos próximos dias, devido ao calor e à alta umidade do ar. Com isso, os estragos continuam e o número de vítimas cresce. Segundo balanço da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, 737.934 pessoas já foram afetadas pelo mau tempo. Os dados colhidos pela Sedec contabilizam ainda 24 mortes em cinco estados: Ceará (9), Maranhão (6), Alagoas (4), Amazonas (4) e Santa Catarina (1). As informações não incluem os seis óbitos confirmados em Salvador, por isso o número de mortos já chega a 30. Duas das mais recentes vítimas são Fernanda Bispo, 27 anos, e Rodrigo Cassiano da Silva, 20, ambos de Salvador. Ela havia desaparecido na tarde de terça-feira, quando foi levada pela enxurrada com a filha Beatriz, 6 anos. O corpo da jovem foi localizado ontem a cerca de 2km do local do acidente, preso na vegetação do Rio Camurujipe, perto da Rótula do Abacaxi, importante entroncamento viário da cidade. A criança continua desaparecida. Já Rodrigo morreu devido a um deslizamento de terra que atingiu um imóvel no Bairro de Pirajá, também na terça-feira. Seu corpo foi resgatado ontem debaixo da terra e de entulhos. Com as confirmações, já são seis vítimas em Salvador. A primeira foi um bebê de 1 mês que teve a casa invadida por uma pedra que despencou de um morro no Bairro do Cosme Velho, na periferia da cidade, no dia 22. As outras três eram homens entre 20 e 22 anos que estavam com Rodrigo no momento do acidente de terça-feira. Somente entre a meia-noite e o meio-dia de ontem, a Coordenação da Defesa Civil (Codesal) registrou 145 deslizamentos na capital baiana. Outras duas mortes foram confirmadas em Russas, no Ceará, estado que contabiliza nove vítimas e 134 feridos. Os desalojados ; que estão em casas de amigos ou parentes; somam 24.364. Outros 16.363 estão desabrigados e foram removidos para ginásios e escolas. Em um dia, o número de cidades atingidas subiu de 55 para 65. O governador Cid Gomes disse que pediu auxílio do governo federal durante encontro ontem com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, em Brasília. A situação é mais grave no norte do estado. Mais de 100 açudes transbordaram, e o nível do Rio Acaraú continua alto. Em algumas cidades, por conta da interdição de estradas, falta comida e água potável. Em Chava, que fica na divisa com o estado do Piauí, algumas localidades foram devastadas e estão sem água, luz e comunicação. O receio agora é com um possível arrombamento do açúde Itaúna, o que causaria uma tragédia. As águas alimentaram dois rios que cortam a cidade, como o Ubatuba, e provocaram as inundações. Já em Pentecoste, toda a população ficou isolada depois que uma ponte foi destruída. Paralisação A situação continua crítica também no Maranhão e no Piauí. O prefeito de São Luís, João Castelo, decretou estado de emergência no município por um período de 180 dias. Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil, até terça-feira, 41 cidades do Maranhão estavam em situação de emergência, com 47.323 pessoas desalojadas ou desabrigadas. Seis pessoas já morreram no estado em decorrência de enchentes, que já causaram prejuízos a 128.791 pessoas. No Piauí, a Justiça paralisou todas as atividades por conta da chuva e do estado de calamidade pública em que se encontra Teresina. Ontem, decretaram ponto facultativo o Tribunal de Contas da União, o Tribunal de Justiça do Piauí e o Tribunal Regional do Trabalho. As redes estadual e municipal de ensino também estão com as aulas suspensas. Apenas o atendimento dos serviços de saúde foram mantidos. A prefeitura também decretou ponto facultativo para as secretarias, exceto as consideradas serviços essenciais. Só na capital, os desabrigados chegam a 15 mil. O estado vive a maior cheia do Rio Poti já registrada nos últimos 30 anos. Há cerca de 48 mil atingidos pelas cheias em 61 municípios, dos quais 23 já decretaram situação de emergência.

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