postado em 12/05/2009 10:05
O estado de São Paulo foi condenado a pagar 250 salários mínimos para a mulher e cada um dos três filhos de José Airton Honorato, de 35 anos, um dos 12 supostos assaltantes mortos na Operação Castelinho, em 5 de março de 2002.
Laudos do Instituto de Criminalística (IC) e depoimentos de testemunhas obtidos pela reportagem indicam que os 12 homens não morreram em tiroteio com policiais militares, como alega a corporação, mas foram executados. Segundo a perícia, das 16 armas que teriam sido apreendidas com o grupo, 14 não apresentavam manchas de sangue.
Dos 12 mortos na operação, ocorrida na praça do pedágio da Rodovia Senador José Ermírio de Moraes (conhecida como Castelinho), em Sorocaba (SP), oito estavam num ônibus, dois numa picape D-20 e dois numa Ford Ranger roubadas. Honorato era motorista do coletivo e foi visto por testemunha sendo retirado do ônibus por um PM e alvejado na sequência. A Operação Castelinho foi planejada por PMs do Grupo de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância (Gradi), criado pela Secretaria da Segurança Pública para investigar crimes raciais, de sexo e religião.
O Gradi, porém, passou a apurar ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) e retirou presos de cadeias para infiltrá-los em quadrilhas da facção. Quatro infiltrados - além de dois agentes do Gradi - convenceram os 12 homens a roubar R$ 28 milhões de um avião-pagador inexistente em Sorocaba. A emboscada foi na Castelinho. Segundo o advogado Antonio Roberto Barbosa, o Brasil está no banco dos réus na Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington por causa da operação.