postado em 14/05/2009 13:39
Brasília - Quase metade dos brasileiros (45%) assume que tem preconceito médio ou alto contra gays, lésbicas, travestis ou transexuais. É o que mostra pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo e divulgada nesta quinta-feira (14/5) durante o 6º Seminário Nacional pela Cidadania LGBT , na Câmara dos Deputados.
Os dados também indicam que 25% das pessoas se classificam como homofóbicos, aqueles que têm ódio ou não toleram homossexuais. Desses, 19% admitem uma homofobia média e 6% assumem uma homofobia forte.
;É um preconceito bastante elevado;, comentou o coordenador da pesquisa e professor de sociologia da Universidade de São Paulo, Gustavo Venturi.
A pesquisa foi feita em duas fases. Na primeira, duas mil pessoas em 150 municípios de 25 estados foram entrevistadas. Elas responderam a perguntas diretas sobre preconceito e também sobre situações hipotéticas ou reais. Na segunda fase, foram entrevistados 413 gays e lésbicas de nove regiões metropolitanas do país.
Durante o Seminário, foi divulgado o Plano Nacional LGBT, com sugestões de ações e políticas públicas de combate ao preconceito e da homofobia. Entre as principais reivindicações, estão a criminalização da homofobia, a legalização da união estável e a regulamentação do nome social ; direito que a pessoa tem de ser tratada de acordo com o sexto que se reconhece e não com o nome da certidão de nascimento.
;Nossa luta é pela adoção do nome social. Isso não vai ser uma alteração de registro;, explicou a presidente do grupo Dignidade, Rafaelly Weist. ;Às vezes eles me veem como mulher, mas me tratam como homem. Tudo por conta da minha genitália, que a pessoa nem vê;, completou.
O Plano Nacional LGBT também sugere a criação de campanhas para esclarecimento da população, além de ações conjuntas com ministérios para cursos de capacitação e ações específicas no combate à homofobia. Especialmente na televisão, com a adequação de programas de televisão, sendo eles jornais, novelas ou programas humorísticos.
;Não queremos passagens aéreas, nem castelo, nem aposentadoria especial. Só queremos ser tratados como qualquer pessoa, como se trata qualquer ser humano;, disse o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT), Toni Reis.