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Defesa declara Mohammed semi-imputável; acusação diz que crime foi premeditado

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postado em 14/05/2009 22:16
O advogado de defesa de Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, 21 anos, acusado de matar e esquartejar a inglesa Cara Marie Burke, 17, em julho de 2008, pediu no Tribunal do Júri de Goiânia que o réu seja tratado como doente mental. George Hidasi chamou de 'bárbaro, horroroso, horrível a deprimente' o modo como se deu o assassinato de Cara e disse que jamais pediria a absolvição do réu, mas fez um apelo para que este seja julgado 'sem preconceito' e tenha uma 'pena branda'. ;Mohammed é doente mental, psicopata e tem transtorno de personalidade social e isso tem de ser levado em conta", declarou. Um médico convocado pela defesa, bem como um especialista oficial avaliaram Mohammed, que foi declarado portador de transtorno de personalidade psicossocial - ele é capaz de distinguir entre certo e errado, mas não consegue ter controle sobre seus atos, segundo os laudos técnicos. Mohammed D'Ali em seu julgamento no Tribunal do Júri de GoiâniaCom base nisso, Hidasi defendeu um tratamento de semi-imputável para o réu. Enquanto o advogado o defendia, o réu chegou a rir. "Ele pode sorrir de mim. Deve estar pensando porque eu o estou defendendo, mas ele não tem percepção do que faz", disse George Hidasi nesse momento. Premeditação A acusação firmou-se na tese de que houve premeditação do assassinato de Cara e de que Mohammed D'Ali é, sim, imputável. O promotor do Tribunal do Júri, Milton Marcolino sustentou que Mohammed comprou a passagem de Cara para o Brasil com intenção de que ela se casasse com ele, para que ele pudesse obter a cidadania inglesa. O rapaz tinha dificuldades para se fixar em Londres, onde sua mãe mora, porque tem aparência e nome de origem árabe, declarou Marcolino. "Mohammed não é antissocial nem psicopata. Quando a pessoa é perturbada mentalmente, existe um vínculo entre seu ato de perturbação e o crime, o que não ocorreu. Uma coisa é uma pessoa ser doente mental, outra é ser fria, má e ruim", disse o promotor, que apoiou-se no fato de o acusado ter enviado fotos do corpo da adolescente assassinada de seu celular para várias pessoas como um dos indícios de crueldade Os advogados do caso tiveram o primeiro debate, e tempo para réplica e tréplica. A defesa conclui sua tréplica agora. Após esta etapa, os jurados devem se reunir para deliberar e responder a questões sobre a culpa do réu.

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