postado em 16/05/2009 17:05
O Dia Mundial de Combate à Homofobia, celebrado neste domingo (17/01), está sendo lembrado no Rio de Janeiro neste fim de semana com diversos eventos. No fim da tarde deste sábado (16/05) serão exibidos vídeos sobre homofobia e cidadania, seguidos por debates com acadêmicos e representantes da sociedade civil.
Amanhã, diversos movimentos esperam reunir cerca de 200 pessoas numa caminhada pelas ruas de Ipanema, zona sul carioca. Durante o ato, os manifestantes prometem utilizar três mil flores para formar o desenho da bandeira do Brasil, simbolizando os assassinatos com motivação homofóbica.
De acordo com o coordenador do grupo Arco-Íris de Cidadania Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT), Júlio Moreira, o objetivo é ampliar as discussões sobre os ataques praticados contra essa parcela da população e chamar a atenção da sociedade para números, que ele considera alarmantes.
Segundo Moreira, um estudo realizado pelo movimento gay da Bahia aponta que o Rio de Janeiro é o terceiro estado onde mais se matam homossexuais no país. O coordenador citou, ainda, uma pesquisa divulgada na última quinta-feira (14) pela Fundação Perseu Abramo, que revela um índice de quase metade dos brasileiros (45%) com preconceito médio ou alto assumido contra gays, lésbicas, travestis ou transexuais. Os dados também indicam que 25% das pessoas se classificam como homofóbicos, ou seja, aqueles que têm ódio ou não toleram homossexuais.
Levantamentos realizados por diversas instituições revelam que ainda existe muito preconceito e atitudes homofóbicas no país, disse Moreira. ;São dados muito graves, que nos levam a querer chamar a atenção de toda a sociedade para essa situação de violência.;
Também como parte das comemorações, está prevista para a próxima segunda-feira (18) a instalação e posse do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, no Palácio Guanabara, com a presença do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O Conselho será composto por 40 membros, sendo 60% da sociedade civil e 40% do poder público, e terá como missão elaborar, propor, fiscalizar, acompanhar, monitorar e avaliar políticas públicas específicas para essa parcela da população no estado.
O Dia Mundial de Combate à Homofobia foi estabelecido internacionalmente porque, em 17 de maio de 1990, a assembléia geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou a retirada do homossexualismo da Classificação Internacional de Doenças (CID), declarando que ;a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão;. A nova classificação entrou em vigor em 1993.