postado em 16/05/2009 19:50
Parentes das vítimas do voo TAM JJ3054, que explodiu no prédio da empresa, no Aeroporto de Congonhas, em julho de 2007, deixando 199 mortos, reuniram-se neste sábado (16/05), na capital paulista, com o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo inquérito no Ministério Público Federal em São Paulo. Eles falaram sobre as investigações que estão sendo feitas na esferal federal. O advogado criminalista que representa as famílias, Eduardo César Leite, também participou do 19º encontro dos parentes das vítimas.
Segundo o procurador da República Rodrigo de Grandis, as investigações sobre as causas e culpados do acidente devem ser concluídas nos próximos meses, mas pelo fato de o inquérito policial correr em segredo de Justiça, não há como adiantar detalhes. ;Não posso adiantar nada, mas o inquérito corre em uma velocidade que eu considero razoável, e vamos esperar que nos próximos meses o Ministério Público Federal possa se manifestar conclusivamente sobre isso;. Ele preferiu não determinar prazos para a conclusão do inquérito.
O presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam), Dario Scott, afirmou que o desejo dos parentes é que seja imputada a pena máxima aos culpados pelo acidente. ;Isso é o que estamos discutindo com o Ministério Público Federal, com o apoio do advogado. Queremos que os culpados pelo acidente paguem perante a Justiça, não só para nós familiares, mas para a população brasileira de uma forma geral;.
O advogado da Afavitam, Eduardo César Leite, ressaltou que mesmo que o Ministério Público e ele estejam do mesmo lado, buscando a punição dos culpados, há visões antagônicas sobre o tipo de crime cometido. Na conclusão da Polícia Civil, o crime foi tipificado como atentado contra a segurança do transporte áereo, e o Ministério Público caminha nessa direção. Já o criminalista considerou que foi cometido um crime com dolo eventual, ou seja, quando o autor sabe do risco e assume esse risco.
;Isso remeteria o processo para o tribunal do júri e sete jurados seriam responsáveis pelo julgamento. Então, estamos discutindo a questão das teses que continuam antagonizadas e isso é um prejuízo, porque todos os requisitos necessários para o oferecimento da denúncia do dolo eventual estão configurados ao meu ver;.
Os parentes das vítimas continuam reunidos em São Paulo, onde participam de ato ecumênico. Neste domingo (17/05), eles fazem uma manifestação no Aeroporto de Congonhas.