postado em 17/05/2009 12:03
São Luís ; As chuvas que atingem o Norte e o Nordeste podem forçar a mudança não apenas de milhares de pessoas de suas casas, mas o deslocamento de uma cidade inteira. Em Trizidela do Vale (MA), a 280km da capital maranhense, o estrago é tanto que o município pode até mudar de endereço. A proposta, do prefeito Janio de Sousa Freitas (PMDB), é afastar o território trizidelense pelo menos 2km da margem do Rio Mearim.
A cidade é uma das mais atingidas pelas chuvas que devastam todo o estado. Dos 18 mil habitantes, 15 mil estão desabrigados, segundo a Defesa Civil do Maranhão. Nos poucos lugares que não estão submersos, crianças e adultos dividem espaço com porcos, cães e galinhas. Falta higiene e comida. Moradores afirmam que até partos estão ocorrendo a céu aberto.
Durante a noite, tudo fica totalmente na escuridão, pois a energia elétrica foi cortada no município depois que uma criança morreu eletrocutada. Segundo relatos dos moradores, a ajuda que vem do helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) não chega ao município há muitos dias.
A pequena Paróquia de Santo Antônio de Pádua foi parcialmente destruída. A cidade contava antes das chuvas com alguns atrativos, como os pequenos restaurantes que ficavam justamente na Rua Beira-Rio. Se a mudança de local for confirmada, talvez a famosa e lendária Pedra Grande, uma formação rochosa que se encontra a menos de 15 minutos do centro da cidade, fique fora do novo território. Do alto da pedra, podem ser vistas as cidades de Trizidela e Pedreiras.
Vítimas
O Ceará é o estado com o maior número de vítimas por causa das cheias, com 15 mortes, segundo os dados consolidados da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), ligada ao Ministério da Integração Nacional. O Maranhão aparece em segundo lugar da lista, com nove óbitos. Há notícias, no entanto, de que mais uma criança morreu durante as fortes chuvas que caíram na madrugada de sexta-feira em Coelho Neto, às margens do Rio Parnaíba, na divisa com o Piauí. Ela tomava banho num riacho quando foi surpreendida pela forte correnteza. Segundo a Sedec, os temporais já deixaram 226.224 pessoas desalojadas e 116.007 desabrigados em 13 estados. O número de mortes confirmadas ; que não inclui a vítima de Coelho Neto ; é de 44.