postado em 22/05/2009 19:15
Quase metade (42,67%) dos estudantes que antes do fim de 2007 tentaram retomar os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) - antigos supletivos - abandonou novamente a escola antes da conclusão, revelou pesquisa divulgada nesta sexta-feira (22/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a sondagem "Suplemento PNAD 2007 - Aspectos Complementares da Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional", baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a incompatibilidade da escola com o horário de trabalho foi o motivo mais citado para o abandono do ensino. A resposta foi citada por 27,9% do público formado em sua maioria por pretos ou pardos, mulheres e de renda domiciliar per capita de até dois salários mínimos
"O que a pesquisa mostra é que as dificuldades desse público de concluir o curso são bastante grandes", disse o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. "Todos nós sabemos que em sua grande maioria esses cursos são noturnos, oferecidos a pessoas que trabalham o dia inteiro, muitas vezes em serviços pesados, cujo desgaste pessoal é muito grande, além de todo o tempo de deslocamento entre o local de trabalho, o local do curso e depois retornar à sua casa.
Abandono
Do total nacional de 3,4 milhões de pessoas que abandonaram o EJA antes do fim - ante 7,97 milhões que passaram por seus cursos antes da pesquisa -, a região com mais desistentes, proporcionalmente, foi o Sudeste: 37,04%, ou 1,26 milhão de pessoas. Em seguida, veio o Nordeste, com 26,69% (908 mil), o Sul, com 20,14% (685 mil), o Centro-Oeste (8,08%, 275 mil) e o Norte (7,96%, 271 mil). A sondagem mostrou que o EJA tinha 47,2% de pardos (1,377 milhão) e 10,5% de pretos (308 mil) - 57,7% do total - para 41,2% (1,205 milhão) de brancos; 53% eram mulheres. O levantamento mostra que estavam no EJA 2,6% dos brasileiros de 15 anos ou mais sem rendimento
O segundo motivo mais citado para o abandono foi a falta de interesse (15,6%), seguido de dificuldades para acompanhar o curso e falta de compatibilidade dos estudos com os afazeres domésticos (ambos com 13,6%), falta de curso próximo à residência (5,5%) e perto do trabalho (1,1%). Outros motivos, diversos e não especificados pelo IBGE, somaram 22%