postado em 28/05/2009 10:09
O projeto de crescimento econômico do Brasil esbarra em novos casos de violações dos direitos humanos, além dos abusos já existentes, aponta a Anistia Internacional. ;Na política de expansão econômica do Brasil, como no próprio PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), há falta de consideração das necessidades das populações mais carentes;, afirmou o pesquisador da Anistia para as Américas, Tim Cahill.
Os casos mais graves, afirma Cahill, estão no Rio de Janeiro, com operações policiais ;violentas e discriminatórias;. Ele avalia que a construção de muros em favelas, pelo governo de Sérgio Cabral, é ;um símbolo da maneira como o Estado tem tratado o problema das comunidades mais vulneráveis;. ;É a exclusão da comunidade (da favela) do resto da sociedade.
Ele também criticou a Operação Saturação, do governo José Serra (PSDB), na favela Paraisópolis, em São Paulo. Para Cahill, o problema é que as comunidades são ocupadas temporariamente pela polícia sem um pensamento estratégico e, depois que ela sai, os problemas voltam.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), classificou como ;covardia; a posição da Anistia. ;Os muros não excluem. Eles são, isto sim, os muros da inclusão. A demagogia de achar que muro impede o ir e vir é uma grande covardia com quem mora nessas comunidades. Todo mundo que diz isso, na sua casa tem muro, tem uma divisão de áreas.
A Secretaria de Segurança de São Paulo também repudiou a crítica sobre a Operação Saturação. Informou que ela foi a primeira fase de um projeto maior, a Virada Social, que prevê 130 ações de diversas áreas da administração na favela Paraisópolis. A reportagem procurou o secretário especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, mas ele não foi encontrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.