postado em 29/05/2009 16:23
Rio de Janeiro - A Unidade de Policiamento Pacificadora (UPP) do morro Chapéu-Mangueira e Babilônia, no Leme, zona sul do Rio de Janeiro, será inaugurada no dia 10 de junho. O anúncio foi feito pelo secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, que esteve nesta sexta-feira (29/5) na comunidade para acompanhar as obras. Esta será a quarta comunidade a ter uma Unidade de Policiamento Pacificadora. As favelas do Batan, Cidade de Deus, na zona oeste, e Morro Dona Marta, na zona sul, já contam com esse tipo de policiamento.
O secretário adiantou que o patrulhamento seguirá o exemplo do policiamento comunitário do Morro Dona Marta, em Botafogo, e que pretende colocar uma mulher no comando, com perfil parecido à da capitã Priscilla, que tem recebido elogios da população do Dona Marta. Beltrame disse que, mais importante do que conhecer as futuras instalações da unidade, que contará com o policiamento de cerca de 100 homens, foi poder conversar com a comunidade.
;É fundamental conversar com a população local para saber como eles estão recebendo o projeto. Por isso, estamos aqui e o que vi foi que, embora faltem muitos serviços, já não falta mais segurança. Agora convoco meus outros colegas das outras secretarias para que venham com os demais serviços, pois há uma ambiência segura para as atividades públicas e privadas;, disse Beltrame.
A presidente da Associação dos Moradores do Chapéu-Mangueira, Maria Helena Rodriguez, disse que a segurança melhorou para os cerca de três mil moradores, depois da chegada de 50 policiais militares, que ocupam a área desde o dia 16 de maio, mas alertou para a necessidade de políticas sociais para a comunidade.
;A gente quer que os projetos sociais cheguem realmente. Não aquele cursinho, que dura três meses e depois nossos jovens ficam sem trabalho e sem oportunidade. Já estamos cheios de promessas aqui no Chapéu Mangueira e Babilônia. Queremos resultados;, disse a líder comunitária.
A equipe da Agência Brasil conversou com alguns moradores, que acusaram os policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) de truculência com quem sobe ou desce o morro depois das 22h. ;Eles destratam as mulheres e são violentos com os rapazes que transitam na comunidade sem documentos. Se antes tínhamos medo dos traficantes, agora temos medo da polícia;, disse uma moradora, que não quis se identificar. Eles também se queixaram que os policiais proíbem a entrada do serviço de gás na comunidade, obrigando moradores a carregarem os botijões até suas casas.
O projeto de Policiamento Comunitário no Rio prevê a presença permanente dos ;policiais comunitários; e instalação de programas sociais de educação, esporte, saúde e oferta de emprego para os moradores.