postado em 02/06/2009 08:45
O acidente com o Airbus deve ficar na história como o mais grave enfrentado pela Air France. A empresa é a maior companhia aérea europeia, depois que se fundiu com a holandesa KLM em setembro de 2003. O processo de fusão foi concluído em maio de 2004, mas as duas companhias continuaram voando com os respectivos nomes de origem.
A Air France foi criada em 1933 com a fusão de várias companhias aéreas que operavam na França. A empresa oferecia voos para diversos destinos na Europa e para as colônias francesas no norte da África. Após a Segunda Guerra Mundial, a empresa foi adquirida pelo governo francês e nacionalizada. Na época, foi criada a Société Nationale Air France, que se expandiu ao longo dos anos. Em 1976, juntamente com a empresa britânica British Airways, foi a única companhia aérea a utilizar o Concorde.
Em 1994, todas as companhias aéreas estatais francesas, como a Air France, Air Inter, Air Charter e UTA, foram unidas, criando-se o grupo Air France. Em 1999, o governo francês privatizou parcialmente a empresa. Em 2000, após um grave acidente, a companhia decidiu tirar o Concorde de sua frota, no que foi seguida pela empresa britânica. A Air France tem como base principal o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Mediante cooperação com outras companhias, dispõe de uma vasta rede de destinos. No Brasil, a Air France oferece voos diários para São Paulo e Rio de Janeiro. Sua frota é de cerca de 620 aeronaves. A companhia emprega mais de 100 mil pessoas.
Imagem
Todo acidente aéreo causa um impacto negativo na imagem da empresa e sua recuperação é mais rápida quanto mais eficiente for o repasse de informações e o atendimento às famílias das vítimas. A avaliação é do comandante Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea) e um dos principais especialistas em acidentes de voo do Brasil.
De acordo com o comandante, a participação ativa da empresa no período pós-acidente costuma minimizar o risco de imagem. ;O impacto também é diferente quando o acidente é associado, pelo público, a uma coisa fortuita ou a uma falha de manutenção, por exemplo, que teoricamente poderia ter sido evitada pela empresa.; O diretor do Snea avalia que é ainda muito cedo para qualquer especulação sobre as possíveis causas do acidente com o Airbus A330-200, da Air France, que fazia o voo 447, saindo do Rio de Janeiro com destino a Paris.
Outro técnico do setor disse que, num primeiro momento, até ocorre alguma queda na venda de passagens ou até mesmo adiamentos de viagens programadas. ;Passado o susto, a emoção da tragédia, o retorno é rápido. Ninguém deixa de viajar;, argumentou. Como exemplo, ele citou o acidente da TAM, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, cuja recuperação, segundo ele, foi rápida e não chegou a afetar o caixa da companhia.