postado em 04/06/2009 10:18
O Airbus A330 da Air France que desapareceu no Oceano Atlântico na segunda-feira (31/5) com 228 pessoas a bordo voava a uma velocidade incorreta, afirma o jornal Le Monde, que cita fontes ligadas às investigações.
A Airbus, que construiu a aeronave que decolou do Rio de Janeiro no domingo com destino a Paris, deve publicar uma recomendação, com a autorização do Escritório de Investigações e Análises (BEA) francês, responsável pelas investigações, destinada a todas as companhias aéreas que utilizam o A330, segundo o jornal.
A recomendação permitirá à empresa recordar que "no caso de condições meteorológicas difíceis, a tripulação deve conservar a potência dos motores e o ângulo correto para manter a aeronave na linha de voo", acrescenta o Le Monde.
"Esta questão não foi abordada até agora", desmentiu uma fonte do BEA procurada pela AFP.
"O BEA afirmou que tinha a intenção de comunicar regularmente e de não esperar muito quando existissem informações validadas pelas equipes de trabalho, mas no dia de hoje não há informação", completou a fonte.
"Em caso de acidente, a publicação de uma recomendação é algo normal durante a investigação, mas a Airbus não recebeu instruções do BEA neste sentido", explicou um porta-voz da empresa construtora.
"Cada vez que acontece um acidente, é imperativo que o construtor informe a todos os usuários do tipo de aeronave envolvido sobre eventuais procedimentos específicos a colocar em prática ou eventuais controles das aeronaves", afirmou à AFP uma fonte ligada a Airbus.
"Estes procedimentos são validados pelas autoridades a cargo das investigações de acidentes, neste caso preciso o BEA, e se chamam AIT (Accident Information Telexes)", completou a fonte.
"A primeira coisa que se deve fazer quando se entra em uma zona de turbulências é reduzir a velocidade para diminuir o efeito das turbulências, mas se você reduzir muito a velocidade, o avião perde altura", explicou à AFP o ex-comandante de aviação aposentado Jean Serrat.