postado em 05/06/2009 09:32
A crise econômica mundial impôs profundas reflexões sobre a necessidade de políticas sustentáveis para o melhor aproveitamento dos recursos naturais, de modo a se promover distribuição mais justa e equilibrada dessas riquezas. Para tanto, é preciso compatibilizar desenvolvimento econômico com qualidade de vida e respeito ambiental.
A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, ao participar do seminário da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre Crise e Sustentabilidade: Sinal Verde para a Indústria Brasileira. Para ele, é necessário repensar os modelos de produção e consumo que, nos padrões atuais, ;comprometem o meio ambiente de forma inaceitável;.
A realização do seminário foi divulgada na semana passada, como parte das comemorações da Semana Internacional do Meio Ambiente, de 30 de maio a 5 de junho, para permitir que a comunidade acadêmica, empresarial e política avalie as potencialidades do país em áreas como biotecnologia, combustíveis renováveis e tecnologias de produção limpa.
Apesar da pauta atraente, como ressaltou a conselheira do Instituto Socioambiental (ISA) Adriana Ramos, uma das expositoras do seminário, ;é difícil mobilizar a participação de mais pessoas em debates como este;, que teve menos de 50 ouvintes. Ela destacou que ;encontros dessa natureza são de fundamental importância para mostrar que existe desconexão entre as variáveis de desenvolvimento, e elas precisam ser tratadas de forma mais integrada;.
Outro participante da discussão, o diretor geral da indústria de papel e celulose Klabin, Reinoldo Poernbacher, disse que sua empresa trabalha com foco na conservação dos recursos naturais, via integração de florestas nativas com projetos de reflorestamento, de modo a garantir a preservação da biodiversidade na área usada.
Poernbacher manifestou a percepção de que ;quem não seguir modelo semelhante (na sua área de atuação) terá grandes dificuldades futuras;, e disse que ;o que mais atrapalha o setor produtivo é quando parte dele não segue as normas de preservação, uma vez que a responsabilidade é de todos;.
Esse aspecto foi enfatizado também pelo representante da Casa Civil da Presidência da República, Jaime Oliveira. Ele afirmou que a legislação ambiental brasileira é boa e abrangente, embora precise de aperfeiçoamentos, e ressaltou que ;a opção de desenvolvimento sustentável não é opção de governo, mas sim, de ordem legal. Portanto, os meios para gerar crescimento sustentável devem ser buscados pelo poder público e pela coletividade;.