Brasil

Análise das vítimas deve ajudar a esclarecer se avião explodiu ou não

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postado em 09/06/2009 08:23
Recife e Fernando de Noronha; Mais oito corpos foram resgatados ontem à tarde, no oitavo dia de buscas, pelas equipes de resgate do voo AF-447 da Air France. Eles foram recolhidos pela Fragata Bosísio, 440km a sudoeste do Arquipélago São Pedro e São Paulo. Com os 16 corpos recuperados pela Fragata Constituição, sobe para 24 o número de vítimas do Airbus A330-200 retirados do alto-mar desde o início da operação. Assim como ontem, dezenas de destroços continuam sendo avistados e içados para dentro dos navios. A localização dos novos corpos fica bem próxima do ponto onde outros foram vistos. Nem a Marinha nem a Aeronáutica, contudo, informam as distâncias entre os achados, mas todos se situam na zona de controle do tráfego aéreo de Dakar (Senegal), ou seja, fora da jurisdição brasileira. O ponto está a 200 milhas náuticas das ilhas de São Pedro e São Paulo, cuja profundidade chega a 3,5 mil metros, o que dificulta a procura por prováveis destroços submersos, inclusive a caixa-preta. Fator que não preocupa a força-tarefa brasileira. ;Nossa prioridade não é encontrar a caixa-preta, mas sim sobreviventes e corpos;, afirmou o capitão-de-fragata Geucimar Tabosa, assessor de comunicação da Marinha. Os dois navios com os corpos resgatados já estão a caminho do Arquipélago de Fernando de Noronha. Os restos mortais serão resgatados por helicópteros e, depois, levados por aviões da Força Aérea Brasileira. A previsão é que a Fragata Constituição chegue ao arquipélago hoje pela manhã. A Marinha não soube estimar a chegada da Bosísio, que anda a uma velocidade de 40km/h, semelhante à potência da Constituição. Pela manhã, Aeronáutica e Marinha chegaram a retificar a informação oficial da quantidade de corpos já resgatados. Naquele momento, anunciaram 16, um a menos que o informado na noite do domingo. As autoridades alegaram que o erro foi provocado por um ruído de comunicação do navio francês Ventöse com a Marinha brasileira ; descoberto, posteriormente, no momento da transferência das vítimas para a Fragata Constituição. Perícia Os 16 corpos que chegam hoje à base de Fernando de Noronha podem trazer a resposta para um dos principais mistérios sobre o acidente: se a aeronave explodiu ou não. A análise que será realizada nos corpos das vítimas ; inicialmente no arquipélago e, depois, em Recife ; poderá identificar se eles têm lesões, perfurações específicas ou outros sinais que ajudem a responder o que houve com a aeronave. Apesar de a prioridade da perícia ser a identificação das vítimas, há expectativa dos governos brasileiro e francês, e da própria Air France, sobre o resultado dos exames, diante das dificuldades previstas para a localização das caixas-pretas. O comando da Aeronáutica reforçou a base em Fernando de Noronha com um helicóptero Super Puma, que tem capacidade para transportar até 20 pessoas com equipamentos. É o segundo helicóptero instalado na ilha para a operação de buscas ; o primeiro é o Blackhawk, de capacidade similar. Quando a Fragata Constituição ; que transporta os 16 corpos ; chegar a cerca de 300km de distância do arquipélago, um desses helicópteros apanhará as vítimas e as levará para a base. Às 11h de ontem a Constituição estava a 688km de Fernando de Noronha. A equipe de oito peritos, coordenada por Jéferson Evangelista Correia, da Polícia Federal, conta com diversos equipamentos para a catalogação dos corpos, incluindo dois grandes contêineres refrigerados, capazes de acomodar até 100 cadáveres.

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