Brasil

Primeiros 16 corpos analisados não apresentam sinais de qualquer queimadura

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postado em 12/06/2009 08:44
Recife ; As análises iniciais dos primeiros 16 corpos levados ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Recife já apontam alguns indícios sobre as causas do acidente com o Airbus A330-200 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico há 11 dias. A ausência de queimaduras ou marcas de cinto na altura do abdômen praticamente descartam uma explosão como causa mortis ; embora essas observações ainda sejam preliminares, frisam os peritos. Mais três corpos foram resgatados ontem à tarde pela Fragata Constituição, informaram a Aeronáutica e a Marinha, no início da noite. Com isso, o total de vítimas encontradas chegou a 44. Trinta e sete pedaços dos destroços chegam hoje a Recife. Diante dos primeiros resultados, oito parentes das vítimas do voo 447 desembarcaram ontem à noite no Aeroporto de Recife para acompanhar de perto o trabalho da perícia. As perícias começaram a ser feitas apenas no início da tarde de ontem por uma força-tarefa de 41 peritos de Pernambuco, Ceará, Alagoas e Paraíba, além de dois especialistas franceses, que supervisionam o procedimento seguindo normas do protocolo internacional. A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco atribuiu o atraso na perícia ao processo de descongelamento dos corpos, que dura 12 horas, em média. Informações extra-oficiais dão conta que apenas três deles (todos homens) foram retirados do saco e colocados sobre as mesas. Os corpos estão em adiantado estado de decomposição, mas não apresentam danos estruturais severos, como perda de membros inferiores e superiores. Estão com a coloração da pele alterada e sinais de inchaço devido à super-hidratação da água do mar, mas as impressões digitais permanecem intactas. A necropsia propriamente dita (a abertura dos corpos com bisturis) não foi iniciada. Foram feitos somente alguns exames iniciais de papiloscopia (raspagem de sinais nos pés, mãos e palmas dos pés) e de raios X. Os trabalhos periciais do primeiro dia foram finalizados às 19h30 de ontem e só serão retomados hoje pela manhã. Em nota, a SDS informou que não há previsão para divulgação oficial dos primeiros resultados das perícias. Dificilmente ela será feita hoje, de acordo com as previsões extraoficiais. Pelo estado dos corpos, os trabalhos devem se estender por até dois dias. Comissão Hoje, os oito representantes das famílias das vítimas que chegaram a Recife devem se dirigir ao IML, ainda pela manhã. À frente da comissão dos parentes, o gerente de hotel Maarten Van Sluys, irmão da jornalista Adriana Francisca Van Sluys, afirmou que a vinda foi financiada por eles mesmos. Segundo Maarten, a Air France aconselhou que eles aguardassem as notícias por telefone. A Aeronáutica, que chegou a manifestar apoio incondicional, disse que não podia ceder aeronaves da FAB para trazê-los. ;Viemos para acompanhar o andamento dos trabalhos. Se possível, ajudar no reconhecimento dos pertences;, disse. A SDS informou que os parentes não irão fazer o reconhecimento visual dos corpos, a não ser que os legistas assim solicitem. Os 25 corpos a bordo da Fragata Bosísio já estão em Fernando de Noronha passando pela pré-identificação. Eles devem ser levados ao IML de Recife amanhã. As buscas por corpos continuam com o reforço de mais 15 militares da Marinha e dois psicólogos franceses. Base naval no Norte O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu ontem, dia em que a pasta completou 10 anos, em entrevista à Agência Brasil, a criação de uma base naval na Região Norte do país. Segundo Jobim, a operação de resgate a destroços e corpos das vítimas do voo AF-447 da Air France no Oceano Atlântico trouxe ensinamentos para o país. ;A base naval brasileira hoje é exclusivamente no Rio de Janeiro. Temos que estabelecer uma base no Norte;, considerou. ;A operação mostrou que precisamos nos capacitar mais, ter mais R99 (avião da FAB equipado com um radar muito sofisticado), que é vital. Precisamos também desse projeto de fabricação dos helicópteros, que é fundamental, o do Super Cougar. Temos intenção de produzir no Brasil 50 Super Cougar. A estratégia para o equipamento das Forças (Armadas) está vinculada à capacitação nacional.;

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