postado em 15/06/2009 09:32
A operação de resgate do voo 447 da Air France entra em uma fase mais difícil, duas semanas após o acidente. Desde quinta-feira, a força-tarefa militar brasileira nada avistou na região de buscas, enquanto o último resgate realizado pela Marinha francesa ocorreu na sexta-feira, com o recolhimento de seis corpos. Eles foram transferidos para a Fragata Bosísio da Marinha do Brasil e chegam a Fernando de Noronha amanhã - para pré-identificação, já realizada em 43 corpos. Foram resgatados 49 corpos. Havia 228 passageiros a bordo.
O Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife retificou ontem que são 43 e não 44 corpos. Após a pré-identificação, constatou-se que um deles não apresentava tecido humano, ;mas de animal marinho de grande porte, possivelmente eviscerado por alguma embarcação de pesca e atirado ao mar;. Segundo a Polícia Federal e a Secretaria Estadual de Defesa Social, o equívoco ocorreu pela impossibilidade de se verificar, visualmente, se o fragmento de tecido é humano ou não. Com cerca de 80 centímetros ele passará por exames laboratoriais. Diante disso, o comando operacional passará a utilizar o termo ;despojo mortal; e não mais ;corpo; para o que for encontrado.
O brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) disse que não há prazo para o encerramento das buscas. Lembrou que ;a decisão não será só com base em dados técnicos;. ;Se continuarem encontrando corpos, as buscas serão estendidas.; Do lado francês do resgate, a operação também está em fase crítica. As equipes sabem que a caixa-preta pode emitir sinais por, no máximo, mais 15 dias. Depois disso, ficará ainda mais difícil vasculhar o fundo do Oceano Atlântico.
Centenas de destroços do Airbus chegaram ontem ao Porto do Recife. As peças trazidas ontem também não apresentavam sinais de queimadura. Entre o material resgatado está parte do estabilizador da aeronave. A peça, com 14 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, foi encontrada no dia 3. Um representante do BEA (órgão francês que comanda as investigações), dois funcionários da Air France e o embaixador francês, Pierre-Jean Vandoorne, acompanharam o desembarque.