Brasil

Filmes aproximam público de debates sobre temas ambientais, dizem especialistas

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postado em 17/06/2009 17:03
A máxima de que uma imagem vale mais que mil palavras também funciona quando o assunto é meio ambiente. Pelo menos durante o 11° Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) que, até domingo, exibe filmes e vídeos de 13 países, todos com temas socioambientais. A coordenadora do festival, Linda Monteiro, acredita na ;força das imagens; para aproximar o público de temas ambientais. Ela cita a reação do público ao vencedor do Fica em 2008, o documentário grego Delta, o jogo sujo do Petróleo, que conta a história da exploração de combustíveis fósseis no delta do Rio Níger, na África, e dos impactos sociais e ambientais dos vazamentos de rejeitos do petróleo na área. ;Tivemos um debate, uma mesa redonda com especialistas e, em seguida, o filme foi exibido. O que sensibilizou as pessoas foram as imagens;, lembra. O presidente do júri de seleção do Fica, Luís Araújo, aposta na linguagem cinematográfica para despertar interesse sobre questões ambientais e estimular iniciativas de preservação, segundo ele, fundamentais para definir que planeta queremos para as futuras gerações. ;O cinema é uma arte. Seja na forma de documentário, ficção ou animação tem a capacidade de levar as pessoas a pensar, de tomar partido sobre um problema ou assunto do meio em que elas vivem. Tem um caráter didático pedagógico, ele ensina, forma;, analisa. Para o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Laerte Guimarães Ferreira, o cinema pode democratizar assuntos aparentemente complexos e antes restritos aos bancos de universidades e laboratórios de cientistas, como as implicações das mudanças climáticas, apresentadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) e traduzidas em filme pelo ex-vice-presidente norte-americano Al Gore. ;Você não se lembra do Al Gore pela participação dele na Conferência de Kyoto, não se lembra dele na comissão de meio ambiente no Senado. Ele é lembrado por causa do filme Uma verdade inconveniente que, inclusive, o levou a ganhar um prêmio Nobel;, avalia. Entre os temas dos filmes e vídeos da mostra competitiva desta edição, que no sábado vai premiar os vencedores com R$ 240 mil, estão a acidificação dos oceanos ; que pode inviabilizar a vida de algumas espécies marinhas ;, a luta de populações africanas diante das secas mais extremas provocadas pelas mudanças climáticas, a desertificação e os impactos ambientais do chamado lixo tecnológico. Após o festival, as obras seguem para outros estados, numa mostra itinerante do Fica. Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Brasília já estão confirmados na agenda de exibições.

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