Brasil

Pesquisa indica que 28,7% da população paulistana têm dor crônica

;

postado em 18/06/2009 17:13
Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) revelou que a dor crônica, aquela que persiste por mais de três meses, atinge 28,7% da população acima de 18 anos, residente na cidade de São Paulo. A pesquisa Epidor, que foi apresentada nesta quinta-feira (18/6) no 4º Congresso de Dor da USP, constatou ainda que a maior parte dos 2.401 entrevistados acredita que a dor crônica não tem cura. Segundo a pesquisa, a dor crônica atinge 34% das mulheres e 20% dos homens entrevistados. Pessoas com sobrepeso e obesidade apresentaram maior prevalência de dor crônica. Cerca de 40% dos obesos e 30% dos que tem sobrepeso indicaram ter o problema. Cerca de 35% dos entrevistados que tem dor crônica estão entre os 50 e 59 anos, 30% entre os 60 e 69 anos e 20% na faixa etária de 18 a 29 anos. As dores mais comuns são relacionadas a problemas na coluna (22,1%), dor de cabeça e enxaqueca (19,6%), ansiedade e outros transtornos psiquiátricos (14%) e depressão (9%). A pesquisa mostrou ainda que 32,9% das pessoas que sofrem desse mal não utilizaram nenhum medicamento nos últimos doze meses, 42% dos indivíduos procuraram ajuda médica e outros 15,5% tomaram algum remédio por decisão própria. De acordo com a professora de enfermagem e coordenadora do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Saúde Pública da USP, Karine Leão, a dor que persiste por mais de três meses é um sinal de alerta para que a pessoa procure o sistema de saúde rapidamente e descubra qual a origem e o motivo do desconforto. ;A dor pode ser a doença em si, mas muitas vezes é o sintoma de outras doenças não perceptíveis facilmente;, explicou. Ela reforçou que o stress, a obesidade e o sobrepeso, além da falta de exercícios físicos são causas da prevalência de dor crônica. ;O corpo humano é uma máquina que tem que estar em movimento sempre. A atividade física tem que ser constante.; Karine disse ainda que não há consenso sobre os motivos que levam as mulheres a terem mais dor crônica do que os homens. ;Pode ser um fator hormonal, mas nem todos concordam com isso.; O também coordenador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Saúde Pública da USP, Manoel Jacobsen, enfatizou que a dor crônica pode causar dificuldade para dormir, falta de energia, sonolência, falta de concentração, depressão, ansiedade e falta de apetite. ;Por conta da dor crônica várias alterações ocorrem tanto no organismo quanto no comportamento devido ao sofrimento a que o indivíduo é exposto.; Jacobsen reforçou que é preciso evitar a automedicação. Ainda segundo ele, é preciso procurar um médico se a dor persistir por mais de uma semana. ;Dores que fogem do seu padrão habitual ou que fazem a consciência ficar alterada são um sinal de que é preciso procurar o serviço de saúde. Dor acompanhada de febre também exige atenção;, disse. Segundo ele, a cura para a dor crônica depende da identificação das causas que levam ou provocam a dor. Para o especialista, muitas vezes, mesmo que não haja cura para a dor crônica é possível fazer tratamentos e controle.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação